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Brasil publica resultados de testes de primeira vacina 100% nacional (Fotos: Agência Gov | Via MCTI 09)
Imunizante criado por pesquisadores brasileiros demonstrou segurança e eficácia inicial; projeto marca avanço na soberania científica e na produção nacional de vacinas.
O Brasil alcançou um marco inédito na ciência e na tecnologia em saúde com a publicação dos resultados dos testes de segurança da SpiN-TEC, a primeira vacina 100% nacional contra a Covid-19. O estudo foi desenvolvido pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed), e contou com R$ 140 milhões de investimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Uma vacina com tecnologia inovadora
Diferente das vacinas tradicionais, a SpiN-TEC atua na imunidade celular, treinando o organismo para reconhecer e eliminar apenas as células infectadas pelo vírus. Essa estratégia tem mostrado resposta mais ampla e duradoura, inclusive contra variantes da Covid-19, conforme dados obtidos em estudos com animais e análises preliminares em humanos.
“A SpiN-TEC oferece uma imunidade mais ampla e duradoura, capaz de responder a diferentes variantes. É um marco histórico para a ciência brasileira”, destacou o pesquisador Helton Santiago, da UFMG.
Testes clínicos e avanço da pesquisa
A fase 1 do estudo contou com 36 voluntários, entre 18 e 54 anos, e avaliou a segurança do imunizante em diferentes dosagens — 20, 60 e 100 microgramas. Todas as doses se mostraram seguras, e a intermediária foi selecionada para as próximas etapas.
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O CTVacinas já concluiu a fase 2 dos ensaios clínicos, com 320 voluntários, e aguarda autorização da Anvisa para iniciar a fase 3, que terá 5,3 mil participantes em todas as regiões do país.
Segundo o pesquisador Gregório Almeida, o alto interesse da população em participar dos testes — com mais de 1,7 mil inscrições — demonstra a confiança dos brasileiros na ciência nacional.
Soberania científica e tecnológica
O projeto representa um avanço na autonomia científica do Brasil. É a primeira vez que um ensaio clínico de fase 1 de uma vacina desenvolvida inteiramente no país é realizado aqui mesmo, sem depender de laboratórios estrangeiros.
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“Esse projeto mostra o papel estratégico do MCTI para garantir autonomia e soberania tecnológica na área da saúde e biotecnologia”, afirmou Thiago Moraes, coordenador-geral do ministério.
O papel do CTVacinas
Criado em 2016, o CTVacinas é fruto da parceria entre a UFMG, a Fiocruz Minas e o Parque Tecnológico de Belo Horizonte. O centro reúne cerca de 120 pesquisadores, estudantes e técnicos, consolidando-se como um dos polos mais importantes de inovação em imunobiológicos da América Latina.
Além da Covid-19, o grupo já trabalha em pesquisas para vacinas contra malária, doença de Chagas e monkeypox.
“A SpiN-TEC é uma mudança de paradigma. Essa estrutura científica hoje permite ao país desenvolver vacinas com tecnologia própria e reduzir a dependência internacional”, destacou o pesquisador Ricardo Gazzinelli.
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