Entidade alerta que tratar a ambliopia infantil cedo faz toda a diferença para o presente e o futuro das crianças

Em outubro, mês do Dia das Crianças e do Dia Mundial da Visão (segunda quinta-feira do mês), a Sociedade Catarinense de Oftalmologia (SCO) lembra que enxergar bem é um presente que acompanha toda a vida dos pequenos, e que a ambliopia, a chamada “visão preguiçosa”, precisa ser identificada e tratada a tempo.
A condição surge quando o cérebro passa a dar menos atenção à imagem de um dos olhos (ou de ambos) por falta de estímulo nos primeiros anos. Sem intervenção, a perda de acuidade pode se tornar permanente. Quanto mais cedo a detecção, melhores os resultados para a infância: aprendizagem mais fluida, segurança nas brincadeiras e desenvolvimento motor em linha com a idade.
A porta de entrada para essa prevenção começa ainda na maternidade com o “Teste do Olhinho” (teste do reflexo vermelho), exame simples, rápido e indolor que ajuda a identificar alterações que podem levar à ambliopia, como catarata congênita e outras opacidades.
A SCO reforça que o teste deve ser feito em todos os recém-nascidos e repetido conforme orientação pediátrica. Na sequência, vale manter o acompanhamento: segundo o Dr. André Frutuoso, presidente da SCO, toda criança deve passar por avaliação oftalmológica completa antes dos 3 anos, com triagem ainda no primeiro ano quando possível. Cada consulta é uma oportunidade de corrigir erros refrativos, diagnosticar estrabismo e orientar a família sobre sinais de alerta.

Ver cedo, cuidar cedo: o tempo é aliado da visão dos pequenos


As evidências dão sustentação a esse caminho: estimativas internacionais situam a ambliopia na faixa de 1% a 3% em crianças pré-escolares e escolares (Hashemi et al., 2018; Repka et al., 2022), e mostram que iniciar o tratamento cedo aumenta as chances de recuperar a visão funcional. O uso adequado de tampão para oclusão e o uso de colírio de atropina, em casos selecionados, melhoram a acuidade visual em poucas semanas, quando há boa adesão e seguimento. Também há a recomendação de entidades profissionais, científicas e de saúde pública para que o rastreamento seja feito dos 3 aos 5 anos para identificar fatores de risco e intervir na janela de maior plasticidade neural.

Na prática, o cuidado combina óculos quando necessário, tampão no olho por algumas horas ao dia ou atropina conforme prescrição, além de retornos periódicos ao especialista para ajustar a terapia.

Sinais que não devem ser ignorados

Pais e educadores podem observar pistas simples: desvio ocular aparente, aproximação excessiva de livros e telas, tropeços frequentes, queixas de dor de cabeça e dificuldade na leitura. Mesmo sem sintomas, antecipar a consulta é um gesto que preserva o futuro visual. Em um mês dedicado às crianças e à visão, a mensagem da Sociedade Catarinense de Oftalmologia é direta: diagnóstico precoce muda destinos, e tratar a ambliopia no tempo certo amplia as chances de uma vida adulta com visão plena.

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