Instituição prevê alta de 2,2% no PIB brasileiro e destaca o consumo como motor do crescimento, apesar dos desafios fiscais e inflacionários.

O Banco Mundial divulgou nesta quarta-feira (22) uma projeção de crescimento de 2,2% para a economia brasileira em 2026, superando as previsões de outras instituições financeiras internacionais. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê alta de 1,9%, o Boletim Focus do Banco Central estima 1,8%, e a OCDE, 1,7%.

O cenário é considerado otimista, impulsionado por indicadores de emprego favoráveis, com a taxa de desemprego em torno de 5,6%, e por políticas de estímulo ao consumo, como as mudanças anunciadas no imposto de renda para pessoas físicas.

Consumo impulsiona a economia, mas há alertas fiscais

Segundo Carlos Braga, ex-diretor do Banco Mundial, o consumo será o principal motor do crescimento brasileiro em 2026. Ele ressalta, no entanto, que o aumento dos gastos públicos e o déficit fiscal representam pontos de atenção.

“O consumo das famílias tende a se manter aquecido, mas é preciso cuidado com os impactos sobre a inflação e as contas públicas”, destacou o economista.

Apesar das boas perspectivas de curto prazo, Braga lembra que o equilíbrio fiscal será determinante para sustentar o crescimento nos próximos anos.

Reforma tributária e investimentos ainda são desafios

A reforma tributária, considerada uma das mais importantes agendas econômicas do país, ainda levará tempo para mostrar resultados práticos. A transição completa está prevista para 2033, e o período de adaptação pode gerar incertezas para as empresas em 2026.

No campo dos investimentos, alguns estados, como Mato Grosso do Sul e Paraná, apresentam espaço fiscal para ampliar obras de infraestrutura. Já o governo federal enfrenta restrições mais severas, o que deve limitar o volume de investimentos como proporção do PIB.

Expectativa de investimento estrangeiro segue estável

O fluxo de investimento estrangeiro direto (IED) deve se manter em torno de US$ 70 bilhões em 2026, segundo projeções do Banco Mundial. Para alcançar um crescimento sustentável de 4% ao ano, seria necessário elevar a formação bruta de capital fixo para 25% do PIB — o que atualmente está em torno de 17%.

Apesar disso, o otimismo do Banco Mundial indica confiança na estabilidade econômica e no potencial de consumo interno do Brasil, reforçando o papel do país como uma das economias emergentes mais resilientes do mundo.


 

 

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