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Com 30% dos municípios em alerta, governo lança campanha nacional de combate às arboviroses (Fotos: gov)
O Ministério da Saúde reforça a importância de continuar o combate ao Aedes aegypti mesmo com a queda significativa nos casos de dengue em 2025.
Em 2025, o Brasil registrou uma redução significativa — 75% — nos casos prováveis de dengue em comparação ao ano anterior, totalizando 1,6 milhão de casos até agora. No entanto, o Ministério da Saúde alerta que a luta contra o mosquito Aedes aegypti continua fundamental para evitar surtos de dengue, além de outras doenças transmitidas pelo vetor, como zika e chikungunya.
Nesta segunda-feira (3), foi lançada a campanha nacional “Não dê chance para dengue, zika e chikungunya”, que busca mobilizar a população e reforçar ações preventivas em todo o país. O ministério também anunciou um investimento extra de R$ 183,5 milhões para ampliar o uso de tecnologias inovadoras no combate ao mosquito.
Queda nos casos e mortes, mas alerta permanece
Apesar da redução nos números, a dengue segue como a principal endemia do Brasil. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que “o impacto das mudanças climáticas amplia o risco de transmissão em regiões onde antes o mosquito não existia”, sinalizando a necessidade de manter a vigilância e o controle em todas as regiões, mesmo naqueles com baixa incidência anterior.
A concentração dos casos em 2025 está em São Paulo (55%), seguida por estados como Minas Gerais, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul. Quanto aos óbitos, houve uma redução de 72%, mas São Paulo também concentra a maior parte das mortes, com 64,5%.
Mapeamento e novas tecnologias de controle vetorial
O 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), realizado em mais de 3 mil municípios, indica que 30% dessas cidades estão em situação de alerta para o risco de arboviroses. O Centro-Oeste, Nordeste e Norte são as regiões mais ameaçadas, com estados como Mato Grosso do Sul, Ceará e Tocantins entre os principais.
Para antecipar o período de maior transmissão, o Ministério da Saúde organizou o Dia D da Dengue para o próximo sábado (8), com ações voltadas à conscientização e eliminação dos criadouros do mosquito.
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O investimento extra anunciado será usado para ampliar métodos modernos de combate ao vetor, como a técnica Wolbachia, já adotada em 12 cidades e com expansão prevista para mais 70 municípios, incluindo 13 em 2025. Esse método utiliza mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia, que impede o desenvolvimento dos vírus no mosquito, reduzindo drasticamente a transmissão.
Em Niterói (RJ), onde o Wolbachia cobre 100% do território, houve queda de 89% nos casos de dengue e 60% nos de chikungunya, mostrando a eficácia dessa estratégia.
Outras tecnologias que serão ampliadas incluem:
- Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDL)
- Técnica do inseto estéril
Borrifação residual com inseticida de longa duração dentro das residências
Campanha nacional reforça responsabilidade coletiva
Com o lema “Contra o mosquito, todos do mesmo lado”, a campanha promove o engajamento da população e dos profissionais de saúde para eliminar focos do mosquito. Essa mobilização é essencial para que as ações governamentais tenham sucesso e as epidemias sejam evitadas.
Além disso, o governo conta com a colaboração da Força Nacional do SUS (FN-SUS), que apoia a estruturação de centros de hidratação em cidades com alta incidência de casos e distribui materiais importantes para o diagnóstico e tratamento, como sais de reidratação, testes laboratoriais e nebulizadores portáteis.
Avanços na vacinação contra a dengue
Outra frente importante é a vacinação. O Brasil foi o primeiro país a oferecer o imunizante contra dengue pelo sistema público, priorizando crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em municípios com maior risco.
Desde o início da campanha, já foram distribuídas mais de 10 milhões de doses e outras 9 milhões estão previstas para 2026. A vacina 100% brasileira, desenvolvida pelo Instituto Butantan, poderá ter seu registro concedido pela Anvisa até o final de 2025, com produção em larga escala desde 2026, graças à parceria com a empresa chinesa WuXi Biologics.
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O que cada cidadão pode fazer para ajudar no controle
Mais do que nunca, o envolvimento da população é indispensável para manter o mosquito sob controle e proteger a saúde pública. Entre as medidas práticas que todos podem adotar, destacam-se:
- Colocar telas em janelas e usar repelentes em áreas de risco
- Eliminar recipientes que acumulem água parada, como pratos de plantas, garrafas, pneus e latas
- Tampar caixas d’água e outros reservatórios adequadamente
- Limpar regularmente calhas, lajes e ralos
- Apoiar e seguir as orientações das equipes de vigilância e dos agentes de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS)
Embora os dados de 2025 mostrem progresso expressivo no combate à dengue, a realidade evidencia que o combate ao Aedes aegypti é uma tarefa contínua e coletiva. A combinação entre campanhas educativas, tecnologias modernas e vacinação robusta pode conter os surtos e reduzir vidas perdidas, mas o esforço conjunto entre governo e sociedade será o diferencial para vencer essa batalha.
O momento é de atenção redobrada, participação ativa e responsabilidade de todos, para que a história de 2025 não seja apenas um ponto alto, mas uma tendência permanente para a saúde do Brasil.
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