Estudo indica eficácia do imunizante ELI-002 2P em pacientes com mutações no gene KRAS

Saúde - Uma nova vacina contra o câncer apresentou resultados animadores em pacientes com tumores de pâncreas e na região colorretal. O estudo, publicado na revista científica Nature Medicine, mostrou que o imunizante foi capaz de estimular respostas imunológicas duradouras, podendo ajudar na prevenção e na redução da recorrência da doença em pacientes de alto risco.

Foco nas mutações do gene KRAS

A pesquisa foi conduzida por cientistas do Health Jonsson Comprehensive Cancer Center, da Universidade da Califórnia (UCLA). O estudo avaliou o impacto da vacina ELI-002 2P em pacientes com mutações no gene KRAS, que estão presentes em cerca de 25% dos tumores sólidos e são responsáveis por 90% dos cânceres de pâncreas e 50% dos cânceres colorretais.

Os resultados são considerados promissores porque, nesses tipos de câncer, a chance de recidiva após os tratamentos tradicionais é elevada e as opções de terapias eficazes são limitadas.

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Resultados do estudo

Após acompanhamento médio de 19,7 meses, os pacientes vacinados apresentaram sobrevida livre de recidiva de 16,33 meses e sobrevida global de 28,94 meses — números que superam as taxas históricas.

O ensaio clínico de fase 1 AMPLIFY-201 incluiu 25 voluntários, sendo 20 com adenocarcinoma ductal pancreático e cinco com câncer colorretal. Todos haviam passado por cirurgia, mas ainda apresentavam sinais de doença residual mínima ou fragmentos de DNA tumoral no sangue, indicadores comuns de recidiva.

Entre os resultados:

84% dos pacientes desenvolveram células T específicas para mutações em KRAS;

24% tiveram eliminação completa de biomarcadores tumorais;

Pacientes com respostas imunológicas mais robustas permaneceram livres da doença por mais tempo.

Diferencial da vacina ELI-002 2P

Diferente de vacinas personalizadas, o ELI-002 2P é considerado uma vacina “pronta para uso”. Ela utiliza uma tecnologia anfifílica que transporta antígenos diretamente para os linfonodos, onde a resposta imunológica é ativada, treinando o organismo a identificar e atacar células cancerígenas.

Segundo Zev Wainberg, primeiro autor do estudo e professor de medicina da UCLA, a vacina representa um avanço significativo. “Observamos que pacientes que tiveram respostas imunológicas mais fortes permaneceram livres da doença por muito mais tempo do que o esperado”, afirmou.

Próximos passos

Após os resultados de fase 1, os pesquisadores darão sequência a um estudo de fase 2, com um grupo maior de pacientes, para confirmar a eficácia e segurança do imunizante.

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