No total, 68.5 mil pessoas foram afetadas pelos ventos de 90km/h em várias regiões do Estado e que ganharam força de tornado em Guaraciaba, no Extremo-Oeste
No total, 68.5 mil pessoas foram afetadas pelos ventos de 90km/h em várias regiões do Estado e que ganharam força de tornado em Guaraciaba, no Extremo-Oeste
O extremo-oeste de Santa Catarina voltou a ser o foco de atenção nacional por mais uma catástrofe. Durante a madrugada de terça-feira, 8, um vendaval jamais visto na região arrasou o município de Guaraciaba, provocando quatro mortes. Várias comunidades do interior foram destruídas. Casas, galpões, salões comunitários, ginásios e igrejas foram aniquilados pela força do vento. Até caminhões que passavam pela BR-163 foram arrastados e inclusive um, carregado com mais de 10 toneladas de carne, tombou com a força do vento. Em Guaraciaba, único município onde os ventos ganharam força de um tornado, 9.100 pessoas foram abaladas, o que representa perto de 85% da população local. O impacto do desastre climático fez a cidade decretar Estado de Calamidade Pública.
No resto do Estado, os ventos atingiram aproximadamente 90km/h afetando, no total, mais de 68.500 pessoas, de 48 municípios, deixando cerca de 14.500 desalojados, 1.153 desabrigados e 138 feridos, de acordo com o relatório da Defesa Civil divulgado na quarta-feira, 9. Cerca de 250 pessoas que tiveram suas residências atingidas foram para outros municípios. Há registro de 11.620 edificações danificadas.
Mais afetados
Segundo o relatório, depois de Guraraciaba, o maior número de desalojados também está em municípios oestinos. Em Abelardo Luz, três mil pessoas tiveram que deixar suas casas (perto de 20% da população); em São Domingos, 1.184 pessoas estão sem moradia. Ambos os municípios decretaram Situação de Emergência, seguidos por Santa Terezinha do Progresso, Vargeão, Vargem Bonita, Dionísio Cerqueira, Ipuaçu, Coronel Martins, Entre Rios, Lebon Regis, Ouro Verde, Passos Maia, Rio das Antas, São Bernardino, todos no oeste do Estado (do Meio Oeste ao Extremo-Oeste).
Impacto no Norte
Cidades da região Norte também foram fortemente atingidas. Monte Castelo, Corupá, Schoroeder decretaram Situação de Emergência. Em Corupá, foram 135 desalojados e oito desabrigados, sendo 45 casas danificadas e duas totalmente destruídas. No município de Schroeder, foram registrados 512 sacudidos pelos ventos fortes. Foram oito desalojados, e pelo menos 500 residências danificadas. Já no município de Massaranduba, os ventos fortes atingiram 670 moradores. Pelo menos 240 casas foram danificadas. Em Guaramirim, 6,5 mil moradores foram afetados pelo desastres climáticos; em Porto União, 5 mil pessoas; em Itaiópolis, 4.930 moradores sentiram os reflexos do vendaval e em Canoinhas 500. Em Jaraguá do Sul, cerca de 40 casas foram destelhadas e em Joinville 70 edificações foram danificadas.
Já a cidade de Penha, na foz do rio Itajaí-Açu, ficou sem água e sem eletricidade, além de contar com 150 residências atingidas pelas chuvas. O município vizinho de Balneário Piçarras teve 1.100 pessoas atingidas pela forte ventania. Em Blumenau, no Vale do Itajaí, foram verificados destelhamentos, quedas de árvores e o desabamento de um galpão da empresa Auto Viação Catarinense.
Já a cidade de Penha, na foz do rio Itajaí-Açu, ficou sem água e sem eletricidade, além de contar com 150 residências atingidas pelas chuvas. O município vizinho de Balneário Piçarras teve 1.100 pessoas atingidas pela forte ventania. Em Blumenau, no Vale do Itajaí, foram verificados destelhamentos, quedas de árvores e o desabamento de um galpão da empresa Auto Viação Catarinense.
Sem aula
A Secretaria de Estado da Educação informou que 1,2 mil alunos da rede estadual no município de Guaraciaba vão ficar sem aulas por cerca de 20 dias em função dos estragos causados pelo temporal. Ja em Navegantes, 500 alunos tiveram aulas supensas até a sexta-feira, 11.
Providências
O governador Luiz Henrique e o secretário da Defesa Civil Estadual, major Márcio Luiz Alves, visitaram o extremo-oeste de Santa Catarina na tarde quarta-feira, 9. De acordo com o major Alves, foi autorizada, em caráter emergencial, a compra de lonas plásticas para serem utilizadas nos municípios mais atingidos pelo vendaval e autorizada a compra de telhas e colchões para atender às vítimas das chuvas. Segundo ele, 10 mil cestas básicas estão estocadas no armazém da Conab em Erval do Oeste, prontas para serem enviadas aos municípios mais afetados. As cestas foram fornecidas pela Secretaria Nacional da Defesa Civil.
AGRICULTURA
Ministro em dia de Oposição
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, reconheceu que este não é o momento adequado para se discutir alteração no índice de produtividade rural, conforme promessa de Lula ao MST. Em audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, realizada na terça-feira, 8, Stephanes disse que “estamos num momento de crise mundial, com preços de muitos produtos agrícolas abaixo do custo de produção. Precisamos reestudar toda esta questão, começando pelos fatores que devem compor o cálculo do índice de produtividade, mas, nesse momento, a discussão é muito mais política, emblemática e até ideológica do que técnica”. Os questionamentos motivaram nova audiência pública sobre o tema.
No mesmo dia, participando de seminário destinado a discutir o projeto que institui o Código Ambiental Brasileiro, o ministro voltou a destoar do Planalto, pedindo um debate “guiado pela racionalidade”. Ele afirmou que o Brasil está “praticamente desaparecendo em meio a reservas ambientais e indígenas, áreas de preservação e áreas consideradas prioritárias”. Segundo ele, 70% do território brasileiro não pode ser utilizado para qualquer tipo de produção e ainda há quem queira ampliar esse percentual para 80%.“O Brasil ainda detém 31% das florestas nativas no mundo, enquanto que a Europa, que financia Ongs ambientalistas que atuam no País, tem menos de 2% de sua área preservada”, criticou o ministro. O governador Luiz Henrique, que também participou do seminário, defendeu maior autonomia às gestões locais para que possam estabelecer suas próprias regulamentações, a exemplo de Santa Catarina, que aprovou este ano um código ambiental local. Luiz Henrique afirmou que o código catarinense não concorre com o código federal, tendo sido feito para proteger o meio ambiente, mas de acordo com os interesses do Estado.
GRIPE A
Diagnóstico no Lacen
Desde o início desta semana, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) da Secretaria de Estado da Saúde, localizado em Florianópolis, está realizando exames diagnósticos da Gripe A para amostras coletadas em Santa Catarina. Devem ser processadas 40 análises por dia, número que pode ser dobrado ainda este mês, com a chegada de novos equipamentos. A expectativa é de que os laudos sejam concluídos em até 72 horas, o que vai acelerar, de forma significativa, os diagnósticos relacionados à doença. No momento, a demanda catarinense supera os 3 mil exames. A prioridade é para pacientes internados em unidades hospitalares, óbitos, gestantes e quem integra grupos de risco para Influenza A. Para a realização de exames de Influenza A, o Governo do Estado investiu R$ 600 mil no laboratório, em equipamentos, material, kits de reagentes e capacitação de funcionários na Fundação Fiocruz.
Boletim - A Vigilância Epidemiológica Estadual informou na terça-feira, 8, que o número de casos em investigação em Santa Catarina subiu para 3.817 e o de óbitos para 115. Até então, tinham sido confirmados 48 óbitos e 418 casos de Influenza A (H1N1). Também foram descartados 517 casos e 33 óbitos inicialmente considerados suspeitos.
EMPREENDEDOR
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