Dos 513 deputados federais empossados na manhã de terça-feira, dia 1º, em Brasília, 307 são filiados a partidos governistas, 95 pertencem a legendas que apoiaram a candidatura da petista Dilma Roussef à Presidência da República, mas se consideram independentes, e 111 são ligados a um dos quatro partidos declarados de Oposição (DEM, PSDB, PPS e PSOL). Dilma e seu vice - Michel Temer (PMDB) - vão contar com maioria ainda mais confortável do que desfrutou o ex-presidente Lula, que tinha 156 deputados oposicionistas.


A bancada catarinense, integrada por 16 parlamentares, também contribui majoritariamente para o governismo na Casa, com a migração de três deputados federais de legendas oposicionistas - Marcos Tebaldi (PSDB), João Rodrigues (DEM) e Paulo Bornhanusen (DEM) - para o colegiado de Raimundo Colombo. A entrada dos suplentes peemedebistas Valdir Colatto e Gean Loureiro eleva para 11 o número de deputados federais filiados a partidos da base de sustentação do Planalto. No total, são sete do PMDB (onde se incluem Mauro Mariani, Edinho Bez, Rogério “Peninha” Mendonça, Celso Maldaner e Ronaldo Benedet) e quatro do PT (Pedro Uczai, Jorge Boeira, Décio Lima e Luci Choinacki). Os considerados independentes reúnem dois pepistas (Esperidião Amin e Odacir Zonta). Na Oposição, restam o democrata Onofre Agostini e a suplente Carmem Zanotto, do PPS. Isso se mantido o atual entendimento da Justiça eleitoral sobre os suplentes, que está sendo questionado pelo deputado Gervásio da Silva, do PSDB.


Lá e cá - Tebaldi, Rodrigues e Bornhausem foram empossados em Brasília e estão apenas se licenciando do cargo para assumirem seus postos no governo de Santa Catarina. Podem retomar o mandato a qualquer tempo, se considerarem oportuno.
Mulheres – Santa Catarina elegeu apenas uma mulher à Câmara Federal (Luci Choinacki), mas com a posse da suplente Carmem Zanotto reforça a representação feminina na Casa, que terá 45 deputadas federais, igual número de eleitas na última legislatura.


Pauta - Entre os temas que vão predominar no início do ano legislativo estão a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e a queda do fator previdenciário, que leva em conta o tempo de contribuição do trabalhador, sua idade e a expectativa de vida dos brasileiros, o que acaba reduzindo o valor das aposentadorias em muitos casos. Tais pleitos, encabeçados pelas centrais sindicais, não tiveram êxito na gestão Lula e têm chances menores ainda no governo Dilma, pressionado por contenção de gastos e tendo que administrar uma dívida pública que pode chegar a R$ 1,9 trilhão este ano.