Entrevista com Leonel Pavan pouco antes de deixar o comando do Estado
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(Fotos: Adjori/SC)
'Tomei a decisão certa, fiquei neutro e optei por governar', disse o governador
Na entrevista concedida à Adjori/SC, na Casa D?Agronômica, o governador Leonel Pavan disse que se orgulha de sua postura na campanha eleitoral e adiantou que tem muitos convites para disputar as eleições municipais de 2012
Ao fazer um balanço de seus nove meses à frente do governo de Santa Catarina, Leonel Pavan abordou, na entrevista concedida à Adjori/SC, na Casa D?Agronômica, em meados deste mês, a decisão de manter a neutralidade na campanha eleitoral, mesmo sendo o seu partido, o PSDB, uma das âncoras da tríplice aliança, que sustentou a candidatura de Raimundo Colombo (DEM).
Pavan disse que se orgulha de sua postura na campanha eleitoral, pois, não sendo candidato e mantendo a neutralidade, ganhou mais desenvoltura para governar. Lembrou que pôde inaugurar muitas obras e que ?duas guerreiras, como a Ideli e a Angela (adversárias de Colombo na corrida estadual) poderiam bombardear o Pavan, bombardear o governo, mas o governo de Santa Catarina não se meteu na campanha, não usou a máquina pública, não usou pessoas e por isso tivemos uma eleição limpa, ninguem acusou ninguém?, observou.
Plano B
Pavan descartou veementemente qualquer suposição de que teria ficado neutro pensando em reservar espaço para os tucanos em um eventual governo Angela Amin (PP). ?Meu governo forneceu nomes para a campanha; foram pessoas que exerceram um papel importante para a vitória?, argumentou?.
Mágoa
Em relação ao fato de não concorrer ao Governo do Estado, Pavan reconheceu que na época ficou sentido, pois tinha o desejo de entrar na disputa. ?Mas, decisão do partido tem que ser cumprida?, conformou-se Pavan, lembrando que a direção nacional, junto com a estadual, optou por apoiar um projeto de partidos que dariam sustentação à campanha do tucano José Serra na corrida presidencial . ?Teve partido que vendeu a fatura, mas não entregou?, provocou Pavan, referindo-se ao PMDB, que teve parte de seus integrantes ao lado da petista Dilma Rousseff.
Logo em seguida, Pavan emendou ?Aceitei a decisão e morreu?. A maior queixa do governador, conforme ele declarou, é que a decisão partidária era apoiar Raimundo Colombo e Eduardo Moreira (PMDB), mas não haveria coligação na disputa ao Legislativo. ?E o PSDB coligou e perdeu espaço; poderíamos ter feito mais, poderíamos ter eleito sete deputados estaduais, e ainda ficado com mais suplentes?, estimou.
Futuro político
Pavan comemorou o fato de estar terminando bem o governo. ?Estou bem com as pessoas, com os deputados, com os prefeitos, com a sociedade catarinense?, festejou. Quanto ao futuro político, disse que ainda não deu para sentir saudade, e que ele pode comprar areia e pedra e tocar sua vida empresarial ou continuar na política. Disse, porém, que, para a disputa eleitoral, não basta ele querer, o partido tem que querer. Sobre sua preferência por cargo no Executivo ou no Legislativo, Pavan alegou ser preparado para ambas. ?Fui vereador, deputado federal, senador e também fui três vezes prefeito, vice-governador e governador?,listou. Além de se considerar bom gestor, Pavan acredita que para exercer bem o mandato no Executivo, é bom ter passado pelo Legislativo,que ensina a arte da negociação,assim como para legislar é bom saber o que se passa no Executivo.
"Não saio do PSDB"
Pavan confidenciou que tem sido convidado por outros partidos para disputar eleições no futuro, mas que é membro fiel do PSDB, além de presidente do partido em Santa Catarina e coordenador político nacional. Disse, porém, que se quiser disputar eleições para prefeito, em 2012, tem várias opções. ?Tenho convites para concorrer em Balneário Camboriú, em Itajaí, Itapema e até em Florianópolis?, orgulha-se.
Nova administração
Quanto a eventual cargo no governo Colombo, Pavan disse que não recebeu convite para integrar a nova administração e que não aceitaria uma secretaria, como Pinho Moreira não aceitou quando deixou o primeiro mandato de Luiz Henrique, indo para a Celesc. Disse que não se ofereceu e que também não foi procurado, mas que torce pelo sucesso da gestão de Raimundo Colombo, pois o PSDB faz parte dela. Pavan ressaltou que Colombo é um homem preparado e tem know-how de função pública. ?Decidiu os cabeças e escolheu, entre os indicados, quem ele quis?. A única restrição ao novo chefe do Executvo estadual é quanto à demora para definir os nomes com os partidos. ?Quando assumi o governo, quem saía tinha no ato um substituto?, comparou.
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