De 2000 para cá, das dez cidades que mais cresceram, sete ficam no litoral. Das que mais encolheram, oito estão no oeste do Estado. São João Batista é a campeã em crescimento

 

 

 

De 2000 para cá, das dez cidades que mais cresceram, sete ficam no litoral. Das que mais encolheram, oito estão no oeste do Estado. São João Batista é a campeã em crescimento

 

Em quase uma década, a população do estado de Santa Catarina avançou 14,2%, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Passou de 5, 35 milhões de pessoas, registradas no censo 2000, para 6,12 milhões na estimativa recentemente divulgada pelo Instituto. No comparativo desses dois momentos, observa-se que permanece a tendência de crescimento das cidades litorâneas. Dos dez municípios que mais cresceram no período, sete ficam no litoral. Dos que mais encolheram, oito estão no oeste do Estado (ver quadros). Concentram-se na Secretaria de Desenvolvimento Regional de Itajaí cinco dos dez municípios que mais encorparam sua população. O fortalecimento da atividade econômica é o principal motivo do aumento populacional na região que tem dois grandes portos e forte apelo turístico. A falta de horizonte profissional tem sido o maior argumento pela evasão dos jovens nas pequenas cidades interioranas. Os dados do IBGE municiaram a oposição ao governo Luiz Henrique da Silveira. O líder do PP na Assembléia Legislativa, deputado Silvio Dreveck, voltou a criticar o atual modelo de gestão do Governo catarinense ressaltado que Santa Catarina está ficando “litorânea” – contradizendo o discurso da “descentralização”.

Piratuba encolhe

Nem mesmo as convidativas águas termais, a bela natureza e os mais diversos eventos fizeram Piratuba ampliar o número de habitantes nos últimos nove anos. Ao contrário, sua população encolheu 23,5%, de 2000 para cá (ver quadro). Dos 5.812 habitantes que tinha no início do século XXI, restam 4.446 pessoas, segundo a recente estimativa do IBGE. Um processo migratório que ainda não estancou uma vez que do ano passado pra cá a cidade perdeu 131 habitantes.

Campeã em expansão

Por outro lado, o município de São João Batista, na Grande Florianópolis, teve uma expansão populacional de 64, 3%, do início deste novo milênio para cá, o maior percentual registrado no período, entre todos os municípios catarinenses. A cidade viveu diferentes ciclos econômicos que fizeram sua população inchar e encolher. Depois de amargar uma recessão muito forte no início dos ano 90, São João Batista se reergueu graças à indústria calçadista. Com uma oferta de produtos populares, os fabricantes locais acabaram sendo beneficiados pela crise que se abateu no Vale do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul, atraindo a mão-de-obra especializada do estado vizinho.

O cenário hoje em SC

A estimativa populacional divulgada pelo IBGE mostra que em Santa Catarina predominam os pequenos municípios (menos de 5 mil habitantes). Das 293 cidades, 105 estão nessa categoria. A menor delas, Santiago do Sul, tem apenas 1.443 habitantes. Na faixa seguinte, de 5 mil a dez mil habitantes, são 67 municípios; e com menos de 20 mil são 64 cidades. E está nas mãos do STF (Superior Tribunal Federal) a emancipação de mais dois distritos: Pescaria Brava e Rincão, ambos no sul do Estado. Santa Catarina tem apenas 12 municípios com mais de 100 mil habitantes. Pela ordem de população figuram: Joinville (497 mil), Florianópolis (408 mil), Blumenau (299 mil), São José (201 mil,); Criciúma (188 mil); Chapecó (174 mil); Itajaí (172 mil), Lages (167 mil); Jaraguá do Sul (139 mil); Palhoça (130 mil); Brusque (102,2 mil) e Balneário Camboriú (102 mil). Apenas 15 cidades possuem população entre 50 mil e 100 mil habitantes e não mais de 30 municípios ficam na faixa de 20 mil a 50 mil habitantes.

As cidades que mais perderam população

Municípios

 

2.000

 

2.009

 

%

 

SDR

 

Piratuba

 

5.812

 

4.446

 

-23,5%

 

Concórdia

 

Galvão

 

4.235

 

3.444

 

-18,7%

 

S.Lourenço do Oeste

 

Presidente Castelo Branco

 

2.160

 

1.779

 

-17,6%

 

Concórdia

 

Vargem Bonita

 

5.158

 

4.279

 

-17,0%

 

Joaçaba

 

Águas Mornas

 

5.390

 

4.503

 

-16,5%

 

G. Florianópolis

 

São Bernardino

 

3.140

 

2.633

 

-16,1%

 

S.Lourenço do Oeste

 

Santiago do Sul

 

1.696

 

1.443

 

-14,9%

 

Quilombo

 

Marema

 

2.651

 

2.275

 

-14,2%

 

Xanxerê

 

Imaruí

 

13.404

 

11.677

 

-12,9%

 

Laguna

 

Correia Pinto

 

17.026

 

14.842

 

-12,8%

 

Lages

 

Quem mais cresceu em número de habitantes 

Municípios

 

2.000

 

2.009

 

%

 

SDR

 

São João Batista

 

14.861

 

24.419

 

64,3%

 

G. Florianópolis

 

Bombinhas

 

8.716

 

13.695

 

57,1%

 

Itajaí

 

Balneário Gaivota

 

5.450

 

7.959

 

46,0%

 

Araranguá

 

Navegantes

 

39.317

 

57.324

 

45,8%

 

Itajaí

 

Balneário Arroio do Silva

 

6.043

 

8.808

 

45,8%

 

Araranguá

 

S. Pedro de Alcântara

 

3.584

 

5.183

 

44,6%

 

G. Florianópolis

 

Itapema

 

25.869

 

36.629

 

41,6%

 

Itajaí

 

Camboriú

 

41.445

 

57.793

 

39,4%

 

Itajaí

 

Balneário Camboriú

 

73.455

 

102.081

 

39,0%

 

Itajaí

 

Sangão

8.128

 

11.121

 

36,8%

 

Tubarão

 

PORTOS
Problemas continuam

Não bastasse a situação do Porto de Itajaí, cuja retomada das obras de reconstrução está nas mãos do Tribunal de Contas da União (que vai decidir se aceita situação de contrato emergencial), o porto de Imbituba também enfrenta problemas. As obras de ampliação do berço de atracação, da recuperação do molhe de abrigo e da dragagem do canal estão embargadas. O motivo é a perturbação às baleias franca, mamífero com risco de extinção, que frequenta a região de julho a novembro. “Apesar de termos todas as licenças exigidas pela Fatma, que foi o órgão para quem sempre nos dirigimos, o instituto Chico Mendes entendeu que devia ser consultado, e acabou por paralisar as obras”, explica o administrador do porto, Jeziel Pamato de Souza. No encontro que reuniu o prefeito de Imbituba, Beto Martins, o deputado estadual Reno Caramori (presidente da Comissão Estadual de Transportes), os deputados federais Décio Goes e Edinho Bez, além de representantes da administração portuária ficou clara a necessidade de uma solução urgente. “Em 60 dias de paralisações, teremos uma perda na arrecadação de ISS de cerca de R$ 500 mil”, alerta o prefeito.

 

UFFS
396 municípios serão atendidos

Aprovada pela Comissão de Justiça do Senado Federal, a criação da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) será analisado pela Comissão de Educação, na terça-feira, 25, tendo como relatora a senadora Ideli Salvatti. A Universidade começará a funcionar em 2010 com 2.160 alunos (distribuídos em 21 cursos), que serão selecionados pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e pela política de ações afirmativas. Os campi em Santa Catarina (Chapecó), Paraná (Realeza e Laranjeiras do Sul) e Rio Grande do Sul (Erechim e Cerro Largo) atenderão 396 municípios, beneficiando cerca de 3,7 milhões de habitantes. A intenção é somar 10 mil vagas em quatro anos.

 

SANEAMENTO
Consórcio é a solução

De olho no dinheiro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) disponível para projetos de saneamento ambiental em cidades com menos de 50 mil habitantes, os prefeitos da região do Planalto Serrano (exceto Lages) estão dispostos a criar um consórcio regional de saneamento para cuidar da destinação, tratamento e coleta do esgoto. Na terça-feira, 18, uma comitiva de prefeitos serranos acertou em Brasília com o assessor chefe da Secretaria de Assuntos Federativos da Casa Civil, Gilmar Dominici, e com o deputado federal Cláudio Vignatti, a realização de um seminário para criação do Consórcio. Responsável pelo agendamento da reunião, o deputado Cláudio Vignatti (na foto com os prefeitos) disse que o consórcio vai cuidar só do esgotamento sanitário e pode realmente dar uma solução ao problema comum desse conjunto de municípios.

 

FÓRUM
Educação no campo

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) realiza o 2º Fórum Contag de Educação do Campo entre os dias 24 e 26 de agosto em Brasília. O encontro reunirá cerca de 300 líderes sindicais, gestores públicos e estudiosos para debater as políticas do setor. Várias experiências catarinenses serão apresentadas no evento. A Secretaria Municipal de Educação de Canoinhas, que adotou a nucleação no meio rural, fará a exposição de seu trabalho no ensino fundamental. A Secretaria Municipal de Bela Vista do Toldo contribuirá com sua experiência no ensino médio profissionalizante. A Cooperativa Agropecuária de Pequenos Produtores de Mafra (Cooarpa) abordará a experiência de organização e comercialização da produção e a Universidade Federal de Santa Catarina apresentará o trabalho que faz com o grupo da 3ª Idade.