Este foi o primeiro encontro do ano do Conselhão, que reúne representantes da sociedade civil e empresários para debater medidas econômicas para o país
Dilma não fala sobre a economia e pede ajuda para combater o aedes egypti
A presidente Dilma Rousseff pediu a mobilização dos membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social para o combate ao mosquito Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, da febre chikungunya e do vírus Zika. Disse que o governo está disponibilizando todos os recursos necessários para eliminar o mosquito no Brasil, com a mobilização das Forças Armadas
"Peço aos senhores e senhoras que mobilizem funcionários, seus companheiros de sindicatos, os fiéis de sua igreja, os colegas de trabalho e de escola, a família e os vizinhos. Afinal, o mosquito não pode ser mais forte que um país inteiro consciente de sua ameaça", disse.
Ela lembrou que não há vacina para nenhuma das doenças transmitidas pela picada do mosquito, mas disse que os países do Continente Americano estão cada vez mais conscientes sobre essa questão, inclusive o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
"Essa vacina levará tempo, mas precisamos combater já, precisamos imediatamente combater a microcefalia, protegendo nossas mães e nossas crianças do mosquito transmissor do Zika. Precisamos eliminar o mosquito por todos os meios", disse.
Presidente do Bradesco diz que governo não pode repetir medidas econômicas
Ao discursar na abertura da reunião do Conselhão, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, disse que os membros do colegiado podem apresentar ao governo sugestões para o país "sair do imobilismo".
Os conselheiros, segundo Trabuco, devem encontrar ideias "compatíveis que resultem em ações compartilhadas". No entanto, as ações para a recuperação da economia não podem repetir medidas anteriores, na avaliação do executivo.
"Acredito que muitas coisas boas estão aí para dar início a esta retomada. Por exemplo, a convicção de que a base constituída pelas metas de inflação, câmbio, responsabilidade fiscal, são os pilares necessários para gerar o crescimento posterior. Para a retomada do caminho futuro, é preciso acabar com a crença de que é possível de forma permanente dirigir um carro que avança na noite com os faróis voltados à ré. Precisamos avançar", cobrou.
O presidente do Bradesco disse que todos perdem com a crise e que o Brasil poderá ser novamente um país vencedor. "Cada um de nos é protagonista do que o Brasil é hoje, no sentido de que todos têm parcela de responsabilidade. Todos somos perdedores, pois na recessão todo mundo perde", afirmou.
"Provavelmente, cada um de nos tem uma pauta de como sair do imobilismo. Acredito que entre as pautas de cada um, certamente haverá pontos, detalhes, intenções que nos unem para a construção de uma pauta de convergência", destacou Trabuco.
Tombini: queda na produção e fim do choque de tarifas ajudam a segurar inflação
A queda na produção e o fim do choque de preços administrados (como energia e combustíveis) ajudarão a segurar a inflação em 2016 e garantir a convergência do índice oficial de preços para o centro da meta em 2017, disse hoje (28) o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini. Ele declarou que a desvalorização do real está contribuindo para melhorar a competitividade do país.
"Nos próximos trimestres, dois importantes fatores levarão ao declínio da inflação. Primeiro, a razão entre os preços administrados e os preços livres está em um patamar próximo ao fim da década passada, de modo que os ajustes dos preços administrados em 2016 tendem a ser substancialmente menores do que os vivenciados em 2015", discursou o presidente do BC. "Segundo, o hiato do produto deverá reduzir a pressão inflacionária em 2016, limitando a propagação da inflação para horizontes mais longos."
Para Tombini, a instabilidade na economia global e "pressões geopolíticas" agravaram as incertezas da economia para este ano. Ele afirmou que a capacidade da política fiscal e monetária de impulsionar o crescimento esgotou-se, mas destacou que o ajuste nas contas externas, provocado pelo aumento da quantidade exportada e pela diminuição das importações, está trazendo efeitos positivos para o país no médio prazo. Segundo ele, a indústria brasileira está cada vez mais competitiva.
Kátia Abreu pede coragem a empresários para exportação agropecuária
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, fez um apelo aos empresários brasileiros que participam do Conselhão para que se encorajem e invistam em exportações.
Ela fez uma exposição dos planos e metas do governo brasileiro para o comércio exterior de produtos agropecuários, citando os benefícios e as oportunidades de aumento das vendas internacionais.
"Vendendo lá fora, estamos fortalecendo indústria local e garantindo emprego. Precisamos vender como nunca. Precisamos encorajar os empresários a exportar."
Kátia Abreu lembrou os 22 países que são destinos prioritários do Brasil. A ministra acrescentou que o governo pretende chegar até o fim de 2018 sendo responsável por 10% do comércio do agronegócio mundial.
"A classe média asiática vai crescer até 2030. A Ásia terá 60% da classe média do mundo", afirmou em referência aos países do continente como possível fonte de melhoria da balança comercial.
A fala de cada um via twiter
A página do "Conselhão" na rede social Twitter divulgou algumas das falas do presentes no encontro, esclados para se pronunciar.
O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, propôs criar um limite legal para o crescimento do gasto público e estabelecer margem fiscal legal para acomodar flutuações de receita.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que o BC tem atuado para assegurar estabilidade e bom funcionamento dos mercados.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse que o comércio exterior é fator muito importante para a recuperação da atividade econômica.
A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, disse que é de fundamental importância a continuidade das políticas que valorizam as conquistas sociais.
O presidente do Sistema OCB (cooperativas), Márcio Lopes de Freitas, destacou a importância das políticas de financiamento e renda, comercial e de tecnologia.
"Juntos com os demais setores empresariais temos debatido propostas para enfrentar a crise", disse Miguel Torres, presidente da Força Sindical.
Alberto Broch, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), defendeu o desenvolvimento com fortalecimento da agricultura familiar, políticas de educação e cooperativismo.
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