A presidente brasileira e outros 32 chefes de Estado estão em Quito para participar de uma reunião conjunta e discutir uma agenda de desenvolvimento

Em sua primeira visita oficial ao Equador, a presidente Dilma Rousseff participa  nesta quarta-fiera (27) da 4.ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

A IV Cúpula da Celac reúne em Quito, capital do Equador,  os líderes de 33 países da América Latina e do Caribe para discutir uma agenda de desenvolvimento. A erradicação da pobreza na América Latina e no Caribe e a supervisão do fim do conflito armado na Colômbia dominam a pauta do encontro. O grande ausente da reunião é o novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, um crítico do governo da Venezuela. Macri fraturou uma costela em uma queda e está impedido de viajar.

Pauta com o Equador

Ontem à tarde a presidente Dilma se reuniu, em Quito, com o presidente equatoriano, Rafael Correa. A principal pauta do encontro foi o intercâmbio comercial bilateral entre os dois países e projetos como a criação do Eixo Multimodal Manta-Manaus, que vai ligar, por meio de portos e rodovias, a Amazônia brasileira ao Pacífico equatoriano.

O governo brasileiro acredita que, com o Eixo Multimodal Mantas-Manaus, será possível reduzir em até dez dias o tempo necessário para o transporte de produtos até o Oceano Pacífico, em comparação com a via do Canal do Panamá, além de abrir outras possibilidades de comércio para os dois países, tanto na América do Sul quanto na Ásia.

O embaixador do Brasil no Equador, Carlos Alfredo Lazary Teixeira, informou que o Eixo Multimodal Manta-Manaus proporcionará a exportação dos produtos brasileiros, principalmente da Região Norte, para o Equador, Peru e Colômbia.

"Um projeto importante que está na pauta permanentemente é o eixo logístico de Manta, um porto do Pacífico equatoriano, com Manaus, envolvendo estrada, porto marítimo, porto fluvial, hidrovia e um percurso longo até Manaus. Esse Eixo Manta-Manaus, no caso do Equador, na relação de integração com o Brasil, é talvez o projeto mais importante que está e estará na pauta prioritária de nossa relação bilateral."

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em 2015 as trocas comerciais com o Equador alcançaram US$ 783 milhões. As exportações brasileiras somaram US$ 665 milhões, enquanto o Equador exportou produtos no total de US$ 118 milhões.

Em entrevista publicada pelo jornal El Comercio do Equador, a presidenta Dilma Rousseff destacou a importância da união entre os países da América Latina para superar o atual cenário econômico. Ela afirmou que a retomada do crescimento e a estabilidade são fundamentais para o Brasil.

A presidente Dilma Rousseff reafirmou a necessidade de intensificar a cooperação econômica e comercial entre os países da América Latina e do Caribe, para que possam "superar mais rapidamente os desafios impostos pela crise [econômica]". 

Zika vírus
A presidente Dilma disse que todos os líderes da América Latina estão preocupados com o vírus Zika, que pode causar microcefalia em crianças. "Agora, no Brasil, eu queria dizer para vocês que nós vamos iniciar um verdadeiro combate ao vírus Zika. Então, vai ser um combate casa a casa, em que o governo vai colocar extremo empenho", afirmou ontem (26) à noite, após reunião com o presidente do Equador, Rafael Correa. O Brasil já registrou 4.180 suspeitas de microcefalia desde o início da atual epidemia do vírus zika, associado a esse problema de desenvolvimento neurológico.

Na volta, Conselhão

A presidente embarca hoje à tarde de volta para o Brasil e amanhã, 28, participa de reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, formado por ministros de estado e representantes da sociedade civil, empresariado e centrais sindicais.