Estratégia de prevenção

O governo do Estado chamou para conversar todos os atores envolvidos na proposta de reforma da Previdência estadual antes mesmo de apresentar detalhes sobre o texto, o que aparenta ser a jogada política mais madura do Executivo sob o comando de Carlos Moisés. Os deputados já foram contatados, também a imprensa, e teve direito até a pedido de ajuda a empresários para que pressionem os parlamentares. Parece uma operação de guerra, que serve mais para se proteger das categorias do que de qualquer ruído no Parlamento, que tem se mostrado majoritariamente favorável à medida. Inclusive, é de se surpreender pela demora na aprovação do texto com esse perfil de Assembleia, o que poderia ter sido feito há meses. Mas o diagnóstico do Executivo é correto: depois de dois processos de impeachment, a busca pelo dinheiro dos respiradores e a demora para fazer obras saírem do papel, Moisés não tem mais margem para enfrentar turbulências. E aí deve boa parte do trabalho ao secretário da Casa Civil, Eron Giordani, que trabalha de forma discreta pela governabilidade. Desta forma, o projeto pode passar sem maiores sobressaltos, mas não significará que é justo com as categorias: muita coisa errada da Previdência vai ficar embaixo do tapete.


OUTRA pedra no sapato de Moisés, a convocação para a CPI do Senado, foi suspensa pela ministra do STF, Rosa Weber, na última segunda-feira (21). A decisão é um alívio para quem já teve que responder a investigações e teve equipamentos apreendidos pela Polícia Federal. A decisão passará por análise dos pares, o plenário do Supremo. A questão dos respiradores sempre voltará, principalmente para 2022.


INSTABILIDADE

Após diversos encontros regionais, o MDB estadual suspendeu as prévias previstas para 15 de agosto. O motivo oficial é a pandemia, mas isso não impediu o partido de fazer um roteiro de reuniões para apresentar os três postulantes à Casa d'Agronômica: Dário Berger, Antídio Lunelli, e Celso Maldaner, nas últimas semanas. A suspensão tem muito a ver com o clima criado no partido e as rachaduras internas. Aliás, se não tiver rachaduras, não é o MDB catarinense. As prévias tinham o objetivo de unir o partido. Como isso não ocorreu, o passo atrás foi dado. Com o recuo, ganha-se tempo.


VISITA Jair Bolsonaro prometeu visita a Chapecó para o próximo sábado (26). Entre a organização das chamadas "motociatas" e outras ações, deve conversar com empresários sobre as rodovias do Estado. Ouvirá descontentamento, apesar de Chapecó ser um terreno amigável a ele. Tem sido uma marca do presidente as visitas a locais em que tem mais popularidade, a exemplo da região Norte do país.


A Poder SC é uma coluna impressa semanal da Agência Adjori/SC de Jornalismo. Atualmente, a veiculação acontece em mais de 20 jornais associados em todas as microrregiões de Santa Catarina. A coluna traz conteúdos relevantes da política estadual e dos poderes constituídos. Veja todas as edições.