Parlamentar fez uma série de sugestões para minimizar crise enfrentada pelos produtores

Em pronunciamento nesta terça-feira (18) na Assembleia Legislativa, o deputado Antídio Lunelli (MDB) fez críticas diretas ao governo federal por não adotar medidas eficazes para conter a crise que atinge os produtores de arroz e de leite em Santa Catarina. O parlamentar afirmou que o setor vive “um dos momentos mais graves das últimas décadas” e que a falta de política nacional consistente agrava a situação no campo.

Lunelli destacou que Santa Catarina é referência na produção de alimentos e que regiões como Massaranduba, Luís Alves e Guaramirim alcançam produtividade superior a 8 toneladas de arroz por hectare, uma das maiores do país. No leite, a crise tem provocado forte retração: 1.548 produtores deixaram a atividade no último ano.

Inviabilidade financeira

O parlamentar alertou para a inviabilidade financeira enfrentada pelo setor. Produtores de arroz vendem a saca entre R$ 55 e R$ 60, enquanto o custo ultrapassa R$ 80. No leite, o litro pago ao produtor gira em torno de R$ 2,30, abaixo do custo médio de R$ 2,60. “O campo trabalha no vermelho e está sem margem de sobrevivência”, afirmou Lunelli.

O deputado também responsabilizou o governo federal pelo aumento das importações de arroz e leite, classificando a prática como concorrência desleal. Ele criticou a entrada de produtos estrangeiros “sem as mesmas exigências sanitárias, tributárias e de custo impostas ao produtor brasileiro”, o que, segundo ele, derruba o preço pago ao agricultor catarinense.

Medidas defendidas por Lunelli

Para o arroz:

Retomada das políticas de preço mínimo;

Ampliação de linhas de crédito com juros adequados;

Investimentos em logística e escoamento da produção;

Suspensão imediata das importações enquanto durar o período de prejuízos ao produtor nacional.


Para o leite:

Adoção de medidas antidumping contra produtos importados;

Redução de impostos sobre insumos, energia e combustíveis;

Fortalecimento das cooperativas regionais;

Ampliação do crédito emergencial sem burocracia;

Renegociação de dívidas com juros limitados a 3% ou 4% ao ano;

Restrições às importações por critérios de sanidade animal

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