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. (Fotos: FOTO: Daniel Conzi/Agência AL)
Anúncio foi feito durante reunião da Frente Parlamentar da Maçã, em São Joaquim, e inclui projeto de crédito e canhões anti-granizo
Boas notícias para os fruticultores da Serra Catarinense
O trabalho da Frente Parlamentar em Defesa dos Produtores de Maçã da Alesc trouxe boas notícias na manhã deste sábado (20), em São Joaquim. Na oportunidade, foi anunciado investimentos para ampliação de tecnologias para diminuir os impactos do granizo e também uma linha de crédito para a recuperação da produção. O evento foi conduzido pelo deputado Lucas Neves (Podemos), coordenador do colegiado.
Importância da Frente Parlamentar
A Frente Parlamentar é um canal permanente de diálogo na Assembleia Legislativa para tratar das demandas da fruticultura catarinense. Lucas Neves lembra que Santa Catarina é o estado com a maior produção de maçãs no país, e pontua avanços necessários, principalmente para minimizar os prejuízos causados pelas questões climáticas.
“Estamos trabalhando há alguns meses junto com o governo do Estado, buscando construir ações e projetos que ajudem a minimizar os efeitos de condições climáticas severas que muitas vezes prejudicam a produção da maçã em SC. Nosso estado tem uma qualidade no seu fruto que é reconhecida mundialmente. Temos algumas questões que precisamos avançar, como as coberturas, o anti-granizo e as telas”, pontua.
“Atualmente, apenas 20% dos pomares contam com telas contra o granizo, o que torna a produção vulnerável demais às mudanças climáticas. Além de um apoio emergencial, também precisamos de subsídios para que os produtores possam realizar a cobertura".
Dados da produção de maçã em SC
A Serra Catarinense reúne mais de dois mil fruticultores, em sua maioria pequenos agricultores. Santa Catarina é líder nacional na produção da fruta. Ao todo, o Brasil produz 600 mil toneladas de maçã, sendo que 66% da produção total é catarinense, são 400 mil toneladas.
São Joaquim responde por 63% da colheita estadual e cerca de 30% do total brasileiro. A atividade movimenta cerca de R$ 1,5 bilhão por ano e é responsável por milhares de postos de trabalho diretos e indiretos na Serra catarinense.
A região expandiu sua área cultivada em 16,3% entre 2020 e 2023, alcançando 14.026 hectares. Apesar de ter menor área plantada que o Rio Grande do Sul, Santa Catarina se destaca pela alta produtividade, com média de 35.000 kg por hectare, contra 27.236 kg por hectare no outro estado.
Defesa da cadeia produtiva da maçã
“Nosso papel enquanto Frente Parlamentar é defender a cadeia produtiva da maçã para que tenhamos mais incentivo e apoio aos nossos fruticultores”.
Para a presidente da Associação dos Produtores de Maçã e Pera de Santa Catarina (Amapsc), Scheila Zanetti, o momento é um marco histórico. “Estamos muito felizes com o fato dos deputados estaduais, que são eleitos pelo povo, estarem realmente olhando para a força da agricultura familiar. Esse olhar da Alesc atento para a produção da maçã, para que tenhamos mais benefícios, é um marco”, comemorou.
Investimentos para os produtores
Durante a reunião, o secretário de Estado da Agricultura, Carlos Chiodini anunciou ações do governo aos produtores. “Lançamos o projeto Recupera Maçã SC, com foco na reposição de mudas e na reconstrução de estruturas de proteção dos pomares, como as telas antigranizo. Cada unidade familiar poderá acessar até R$ 100 mil, com pagamento em cinco parcelas anuais, iguais, sem juros ou correção, e com desconto de 30% para quem quitar dentro do prazo”, explica.
Serão beneficiados agricultores enquadrados no Pronaf (exceto os que possuem mais de quatro módulos fiscais) e no Pronamp.
Neste ano, os impactos provocados pelo granizo – ocorrido no dia 19 de abril de 2025 –, prejudicaram aproximadamente 83 produtores de maçã do município de São Joaquim, com perdas estimadas em mais de R$ 17,5 milhões.
Scheila Zanetti destaca que a linha de crédito beneficiará os pequenos produtores. “Hoje a principal forma de protegermos efetivamente a produção do granizo é com a cobertura de telas nos pomares. Essa linha de crédito irá auxiliar os pequenos produtores, que são a maioria, e que têm um alto custo de produção", comentou.
O técnico agrícola, Siomar de Lima, lembra que a maior insegurança dos produtores vem das intempéries climáticas. “Uma das principais dificuldades hoje na produção é a sensibilidade que a fruta tem aos eventos climáticos. O clima nos traz a insegurança da produção. Com esse apoio, de uma linha de crédito, os investimentos para telamento, por exemplo, trarão mais segurança, fazendo que o produtor possa inclusive investir mais”, destacou.
Tecnologia aliada à produção
Parece ficção científica, mas os canhões anti-granizo são realidade, já utilizada em Santa Catarina. O secretário Chiodini anunciou o repasse de até R$ 4,1 milhões do Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural (FDR) para ampliar o Sistema de Combate ao Granizo no município de São Joaquim.
O valor será destinado à instalação de 43 geradores de solo automáticos e para manutenção e operação do sistema antigranizo.
O que são e como funcionam os canhões
Os equipamentos disparam projéteis carregados com iodeto de prata, uma substância que atua como catalisador para promover a formação de chuva ou fragmentar pedras de granizo, protegendo lavouras.
O iodeto de prata tem uma estrutura cristalina semelhante à do gelo, servindo como núcleo para que as gotas de água ou vapor se condensem e formem cristais de gelo. Esses cristais de gelo, em excesso e menores, fragmentam as pedras de granizo preexistentes ou se aglomeram para formar chuva, aumentando a precipitação na área desejada.
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