
De deslocamento de trator a Grêmio Estudantil: como a Alesc Itinerante mobilizou moradores no Oeste

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. (Fotos: FOTO: Rodrigo Correa/Agência AL)
Alesc Itinerante em São Miguel do Oeste reuniu reivindicações de moradores, estudantes e entidades locais e aprovou projeto sobre tratores em rodovias
A realização da Alesc Itinerante mobilizou a região de São Miguel do Oeste durante toda a semana. Além de apresentação de reivindicações junto aos deputados estaduais, a transferência das sessões do Poder Legislativo marcou a aprovação de projetos importantes para os moradores locais.
Produtor chega de trator e comemora avanço
Um dos mais satisfeitos era o produtor rural Simão Balbinot, que chegou à sede da Unoesc a bordo de um trator. Ele comemorava mais uma vitória para viabilizar a conquista de uma antiga reivindicação local, que é a regulamentação da circulação de máquinas agrícolas nas rodovias estaduais.
O primeiro passo já foi dado: o PL 214/2024, do deputado Altair Silva (PP), elaborado em conjunto com o deputado Oscar Gutz (PL), foi aprovado na sessão ordinária realizada nesta terça-feira (11). A matéria, que segue para sanção do governador, determina que as rodovias estaduais em áreas de produção preponderantemente agrícola devem ser sinalizadas com placas de alerta informando sobre a existência de local de cruzamento ou de trânsito eventual de tratores e máquinas.
“Estamos há muito tempo reivindicando uma lei que possa amparar nós que precisamos das rodovias para deslocamento de uma lavoura para a outra ou até para ir numa mecânica fazer o conserto dos maquinários”, disse ele, que produz milho, trigo e soja e necessita se deslocar pelas rodovias.
Balbinot exaltou que a Alesc Itinerante é uma possibilidade dos moradores locais apresentarem suas reivindicações junto aos deputados catarinenses. “Espero que não seja a última, porque é a oportunidade daqueles que não tem como se deslocar para a capital, tentar uma solução para todos os problemas”.
Estudantes de Guaraciaba pedem professores
Alunos do grupo escolar Sara Castelhano Kleinkauf, do município de Guaraciaba, fizeram uma viagem de 40 minutos para assistir às sessões da Alesc Itinerante.
O grupo assistiu a reunião da Bancada do Oeste, realizada nesta terça-feira (10), e entregou um ofício solicitando aos deputados que atuem no sentido de providenciar a contratação de profissionais para a unidade, que atualmente conta com 470 alunos e atende ensino fundamental, técnico e médio.
“O nosso principal objetivo aqui foi trazer um ofício para os deputados, para escutar realmente o que está acontecendo na nossa escola, que seria a falta de profissionais. Trazemos o nosso apelo, pois a falta desses profissionais atinge diretamente a nossa aprendizagem", afirma a estudante Yasmin Sofia Huning, presidente do Grêmio Estudantil.
A possibilidade de participar de uma sessão só foi possível, segundo os estudantes, graças à iniciativa da Assembleia Itinerante. A distância para a capital Florianópolis inviabilizaria um contato mais próximo com os parlamentares. “Não teríamos condições de fazer a viagem, nem financeiramente. Por isso as pessoas não vão atrás do que necessitam”.
Yasmin ainda comparou as atividades de um Grêmio Estudantil com as funções exercidas pelo Parlamento catarinense. “Ser parte do Grêmio é ter um pouquinho dessa coisa de política e, com certeza, a parte que eu faço com os estudantes é escutar e trazer as demandas”, destaca. “É igual o que os deputados estão fazendo hoje conosco, que é escutar nossos pedidos e estar buscando melhorias para nós”.
Voluntários também participaram da programação
Voluntária do Centro de Apoio à Pessoa Idosa de São Miguel do Oeste (Ceapi) desde 2015, Maria Helena Dotto participou do Alesc Itinerante para conhecer o funcionamento da estrutura do legislativo e buscar apoio para a entidade.
“É uma forma de nós, moradores, participarmos das reuniões e também dos deputados e lideranças conhecerem como é a nossa região, como são os municípios. É de extrema importância”, disse.
Dotto enfrentou a manhã gelada de São Miguel do Oeste e buscou conversar com parlamentares sobre o Ceapi. A instituição foi fundada em 2015, conta atualmente com 40 voluntários e tem mais de 230 pessoas em situação de vulnerabilidade. Sem contar com sede própria, os voluntários realizam visitas para repassar orientações sobre assistência social e de saúde.
“Porque a instituição precisa de um apoio político até para conseguir também evoluir”, acrescentou. “Somos uma instituição sem fins lucrativos, destinada às pessoas com vulnerabilidade social e econômica, por isso é de fundamental estarmos aqui e termos o apoio de todas as lideranças políticas”.
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