Se confirmada, a nova legenda — provisoriamente chamada de "PSDB+Podemos" — se tornará a quarta maior bancada no Senado e a sétima maior na Câmara dos Deputados, com 28 parlamentares federais e sete senadores

A executiva nacional do PSDB aprovou, por unanimidade, nesta terça-feira (29), o avanço das negociações para fusão com o partido Podemos. A medida foi deliberada em reunião da Comissão Executiva Nacional do PSDB, que também marcou a convenção nacional da sigla para o dia 5 de junho, quando a decisão será submetida à deliberação final dos delegados.
A união entre os dois partidos ainda dependerá de aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se confirmada, a nova legenda — provisoriamente chamada de “PSDB+Podemos” — se tornará a quarta maior bancada no Senado e a sétima maior na Câmara dos Deputados, com 28 parlamentares federais e sete senadores.
Nas redes sociais, o deputado federal Marcos Vieira (PSDB-SC), que é vice-presidente da Comissão Executiva Nacional, destacou a importância do momento para a política nacional. “Acabei de participar da reunião nacional da Comissão Executiva do PSDB, tomamos a decisão de fazer a fusão com o Partido Podemos. Vamos convocar a Convenção Nacional para o dia 5 de junho. Já está tomada a decisão.”
A fusão também busca reaglutinar forças diante da crise interna enfrentada pelo PSDB desde as eleições de 2022, quando a legenda registrou o pior desempenho eleitoral de sua história. Naquele pleito, o partido não lançou candidatura própria à Presidência, perdeu o governo do estado de São Paulo e viu sua bancada na Câmara encolher. Além disso, a federação com o Cidadania foi desfeita, agravando o isolamento partidário.
Segundo Marcos Vieira, o novo partido terá maior representatividade nas casas legislativas e poderá fortalecer a atuação do chamado “centro democrático” no país. “O PSDB e o Podemos criarão musculatura. O PSDB e o Podemos passarão a ser a quarta maior bancada em Santa Catarina e, com certeza absoluta, no Congresso Nacional também serão uma das maiores bancadas”, afirmou.
Com a união, o novo partido terá direito a uma fatia significativa dos recursos públicos destinados ao financiamento de campanhas. A previsão é de cerca de R$ 384,6 milhões em fundo eleitoral e R$ 77 milhões em fundo partidário, de acordo com dados de 2024. Além disso, a legenda contará com 401 prefeituras e três governos estaduais.
O deputado Aécio Neves (MG), presidente do Instituto Teotônio Vilela, definiu a decisão como um “passo decisivo” para que o PSDB volte a ter protagonismo político. Já o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, disse que a expectativa é consolidar até junho todos os detalhes do novo partido. “Queremos ser um partido que vai propor, que vai debater ideais, que vai discutir soluções e propostas para o Brasil”, afirmou ao g1.
Durante a reunião, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), declarou apoio à fusão, embora não tenha confirmado sua permanência na nova legenda. Leite vinha sendo cortejado por outras siglas, como o PSD.
No cenário catarinense, a fusão deve impactar diretamente a configuração política. Marcos Vieira avalia que a unificação criará novas possibilidades regionais. “Fico satisfeito com a decisão tomada, dei o meu voto favorável. Sou o vice-presidente da Comissão Nacional Executiva do PSDB. Parabéns para o PSDB, parabéns para o Podemos”, completou.
Até a convenção de junho, os partidos devem definir o nome definitivo, o número, o programa partidário, estatuto, mascote e comando da nova sigla. As decisões serão tomadas por uma comissão mista com representantes de ambas as legendas e baseadas em dados de pesquisa e consultas internas.
Caso seja aprovada e homologada pela Justiça Eleitoral, a fusão entre PSDB e Podemos criará uma nova configuração no chamado centro político, em um movimento que pretende ampliar a competitividade nas eleições de 2026 e preservar a relevância das siglas diante do avanço das cláusulas de barreira.

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