
Deputados cobram prioridade para túnel do Morro dos Cavalos

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"O que está faltando para o túnel do Morro dos Cavalos sair do papel? Isso é discutido desde os anos 2000, a licença ambiental foi dada pelo Ibama", questiona o deputado estadual Sérgio Guimarães (União Brasil). (Fotos: Vicente Schmitt / Agência ALESC)
Integrantes do União Brasil, PSD, PSDB, PL, PP e MDB cobraram, na sessão de terça-feira (8) da Alesc, prioridade política para a construção do túnel do Morro dos Cavalos, na BR-101, após caminhão tanque tombar, derramar combustível na via e incendiar mais de duas dezenas de veículos.
“Foi uma tragédia que graças a Deus não teve perdas de vida, porque quem acompanhou o acidente do caminhão tanque que tombou e explodiu na curva, viu um milagre”, resumiu Sérgio Guimarães (União). O deputado lembrou que o tráfego nos dois sentidos somente foi liberado após 16 horas.
“Não quero saber se é o presidente A ou B, se é de direita ou de esquerda, se será a Autopista ou a CCR, o DNIT ou o governo do estado, o que interessa é que o projeto saia do papel”, disparou Guimarães.
O representante de Palhoça sugeriu “enrolar as bandeiras partidárias e pensar em Santa Catarina”, porque, segundo Guimarães, está faltando “vontade política” e a “união de esforços de todas as entidades de classe”.
Napoleão Bernardes (PSD) e Dr Vicente Caropreso (PSDB), José Milton Scheffer (PP), Volnei Weber (MDB), Jair Miotto (União), Rodrigo Minotto (PDT) e Pepê Collaço (PP) apoiaram a união de todos os catarinenses em torno do túnel do Morro dos Cavalos.
“Atingiu Santa Catarina como um todo, não só o Sul do estado e o nosso grande desafio, o câncer, a principal dificuldade é logística, a infraestrutura e a BR-101 é a principal rodovia”, avaliou Napoleão, que voltou a insistir na construção de uma via paralela à BR-101, a BR-102.
O representante de Blumenau também pregou a unidade e criticou o governador de Santa Catarina, que ainda não se reuniu com o presidente da República.
“A comunidade indígena é favorável aos túneis, a autorização foi concedida em 2016, o que falta é vontade política, cadê o DNIT”, questionou Caropreso, que trouxe novamente à discussão o corte de R$ 400 mi no orçamento de 2025 para a infraestrutura barriga-verde.
O representante de Jaraguá do Sul pediu uma ação enérgica da Bancada Federal. “É hora de agir, precisa se mobilizar e pressionar com força o governo federal”.
“Quero me somar à voz da população e dos colegas para fazer um apelo sincero e um chamado à responsabilidade: precisamos com urgência que sejam realizadas as obras dos túneis do Morro dos Cavalos. A BR-101 interliga o Sul e o Norte, é a principal via de transportes que temos, ligação com o Mercosul e não podemos esperar pelo próximo acidente”, discursou Scheffer, que sugeriu transformar a reivindicação em “símbolo de união e luta”.
“Que possamos discutir e cobrar forte uma solução para isso”, afirmou Volnei, ponderando em seguida que se o acidente tivesse acontecido dentro de um túnel também teria causado danos materiais.
“Tivemos de retornar a Tubarão, ir a Gravatal, Armazém, São Martinho, São Bonifácio e BR 282, precisamos criar alternativas para que a mobilidade e a segurança sejam prestigiadas”, declarou Miotto.
“Sei que muitos já se manifestaram a respeito, o que aconteceu foi uma fotografia de uma tragédia que parecia uma guerra. Infelizmente a gente está vivenciando esse caos há anos, com acidentes, quedas de barreiras e a gente tem se manifestado na Assembleia, em reuniões de entidades, em ofícios pedindo para que as obras sejam realizadas o mais rápido possível”, argumentou Collaço, que responsabilizou o governo federal pelo caos na BR-101.
Alex Brasil (PL) também apoiou a união em torno do Morro dos Cavalos, lembrou que as interrupções do tráfego no local acontecem há muito e contou sua experiência com a tragédia.
“No domingo estava em Imaruí quando me deparei com a notícia. Para retornar tive de pegar muitos trechos sem asfalto da SC-435 e da SC-437, mais de quatro horas de viagem, muita gente usou essas pistas”, revelou o deputado, que criticou duramente a Autopista, uma vez que foram as pessoas que afastaram as muretas de concreto que dividem a pista para evitar maiores danos materiais.
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