Ucrânia quer parceria de Portugal para cooperação com Brasil

O presidente do Parlamento ucraniano, Arseniy Yatseniuk, manifestou nesta segunda-feira ao responsável máximo pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep), Basílio Horta, seu interesse em uma parceria com os portugueses visando à cooperação com o Brasil e os países africanos lusófonos, em especial Angola. Os serviços de imprensa da Embaixada da Ucrânia em Portugal disseram à Agência Lusa que uma das possíveis vertentes de cooperação trilateral são as energias renováveis, principalmente solar e eólica. Em inédita visita oficial a Portugal, o líder ucraniano também conversou com Basílio Horta sobre a possibilidade de abertura de uma delegação da Aicep em Kiev. Segundo a Embaixada da Ucrânia, a abertura do escritório tem como objetivo potencializar a cooperação bilateral e facilitar a entrada de empresas portuguesas no país do Leste Europeu. O Produto Interno Bruto (PIB) ucraniano cresceu 7,6% em 2007, ano em que a balança comercial entre os dois países voltou a ser desfavorável para Portugal, com um saldo negativo acima dos 43,6 milhões de euros. Cerca de 30% das exportações portuguesas para a Ucrânia são compostas de cortiça e aglomerados, e a principal importação, em igual porcentagem, equivale a oleaginosas. A perspectiva de organizar a Eurocopa 2012 na Ucrânia levou Yatseniuk a se interessar pela experiência portuguesa acumulada na Euro-2004 e a propor a realização de um seminário para intercâmbio de know-how em Kiev, com a participação de empresas lusas ligadas ao setor. Antes do econtro com a Aicep, Yatseniuk se reuniu a portas fechadas com o ministro português das Relações Exteriores, Luís Amado, depois de ser recebido pelo presidente luso, Aníbal Cavaco Silva, em Lisboa. Segundo a embaixada, Cavaco Silva e Yatseniuk abordaram a situação política interna da Ucrânia, a reforma constitucional no país, a cooperação bilateral - sobretudo em economia -, a adesão da Ucrânia à Organização Mundial do Comércio (prevista para maio) e a importante comunidade ucraniana radicada em Portugal. De manhã, Arseniy Yatseniuk esteve no Parlamento luso, onde foi discutida a futura adesão da Ucrânia à União Européia e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Yatseniuk foi recebido pelo presidente do Parlamento português, Jaime Gama e, a seguir, pelas comissões de Relações Exteriores e Comunidades Portuguesas e dos Assuntos Europeus, bem como pelos líderes dos grupos parlamentares e pelo presidente do grupo de amizade Portugal-Ucrânia. Na terça-feira, Yatseniuk visita a Câmara de Comércio Luso-Ucraniana e o Ministério da Economia e da Inovação, onde se encontra com o ministro Manuel Pinho. Também está prevista uma reunião na Comissão de Defesa Nacional. O programa do último dia da visita do presidente do Parlamento ucraniano a Portugal será fechado com uma conferência no Instituto Português de Relações Internacionais, seguida de uma recepção à comunidade radicada no país - 40 mil imigrantes legalizados, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras de Portugal. A Embaixada da Ucrânia em Portugal não nega que os ilegais possam chegar a duzentos mil.