De acordo com a análise de fotos e imagens feitas pelos meteorologistas de SC, não restou dúvidas, que durante a tempestade ocorreu a formação de um tornado.

Moradores de 15 comunidades do município de Guaraciaba, no Extremo-oeste do Estado, foram atingidas por um possível tornado na noite de segunda-feira (7), por volta das 21h. Pelo menos 170 famílias estão desabrigadas, 60 delas perderam todos os bens, quatro pessoas morreram - uma mulher de 40 anos, uma idosa de 80, uma anciã de 94 e uma criança de 9 anos - e uma está internada em estado grave. Nesta quarta-feira (9), o governador Luiz Henrique, acompanhado dos secretários Márcio Luiz Alves (Defesa Civil) e Paulo Bauer (Educação), visita a região.

Dez equipes, formadas por 32 policiais militares, 30 bombeiros e dezenas voluntários, trabalham no socorro às vítimas, desobstrução de ruas, corte de árvores e distribuição de lonas. O secretário regional de São Miguel do Oeste, João Carlos Grando, o diretor-geral da SDR, Vilson Eduardo Bratkowski, acompanharam os trabalhos e auxiliaram no planejamento das ações.

Grando ressaltou que o Governo do Estado disponibilizou toda estrutura necessária ao município, encaminhou medicamentos ao Hospital São Lucas, de Guaraciaba - lotado de feridos - além de outras ações, como a aquisição de lonas para a cobertura das casas destelhadas. O secretário ainda ressaltou a solidariedade de vizinhos, que, mesmo com parte da casa destruída, abrigaram outras pessoas. "Na propriedade do agricultor Lauro Schmit, 55 anos, na Linha Sede Flores, o vento derrubou o galpão, o estábulo e parte
da casa. Mesmo assim, na parte inferior da casa, com 15mx8m, ele acolhe cerca de 15 pessoas, de seis famílias", descreveu Grando.

O desolamento é aparente em quase todo o interior de Guaraciaba. Casas, galpões, aviários, pocilgas, reflorestamento e matas nativas totalmente arrasadas, literalmente varridas pela força do vento, que ultrapassou os 120 km/h e durou cerca de 90 minutos. Nas comunidades de Guataparema, Linha Tigre e Sede Flores, dezenas de casas e benfeitorias dos agricultores foram destruídas e levadas pelo vendaval.

Duas escolas estaduais foram atingidas. A EEB Sara Castelhano Kleinkauf, no centro da cidade, teve o telhado e paredes do ginásio, inaugurado no início de 2008, arrancadas e jogadas sobre os blocos de salas de aula; A EEB Julio Vicente de Pelegrin, na Linha Guataparema foi totalmente destruída, assim como o ginásio, que teve telhado e paredes jogados ao chão. Outras escolas estaduais do município também foram atingidas, mas com menor intensidade. As aulas estão suspensas.

Conforme dados da Defesa Civil Municipal e da comissão de trabalhos de atendimento ao desastre, as maiores necessidades são: colchões, cobertores, telhas, alimentos, água e roupas.
 

Para Epagri, a noite de segunda e a madrugada de terça-feira foi marcada por forte instabilidade em SC devido ao avanço de uma frente fria pelo Sul do Brasil. O encontro do ar mais frio com o ar mais quente que predominava em SC,(máximas de 32ºC em Itapiranga) formou nuvens com grande desenvolvimento vertical, chamadas de Supercélulas, responsáveis por fortes temporais com ventos de mais de 100km/h em vários municipios de Santa Catarina, abrangendo uma área ampla que se estendeu do Oeste ao norte do estado. No munícipio de Guaraciaba, no Oeste Catarinense, segundo relatos de moradores da região, o forte temporal durou aproximadamente 1h e 30min. De acordo com a análise de fotos e imagens feitas pelos meteorologistas de SC, não restou dúvidas, que durante a tempestade ocorreu a formação de um tornado. Árvores foram arrancadas, algumas com raízes, as quatro pessoas que faleceram, tiveram suas casas totalmente destruídas e foram arremessadas pela força do vento a quilometros de distância. Um caminhão e um carro foram virados, e o fenômeno deixou um rastro de destruição.