De acordo com César Augusto Grubba, neste momento não há necessidade, pois a situação está sob controle.

Durante entrevista coletiva, na tarde de quinta-feira (7), o secretário de Estado da Segurança Pública, César Augusto Grubba, disse que não há necessidade, neste momento, da vinda para o Estado de policiais da Força Nacional de Segurança Pública.

A vinda dos mesmos teria como intuito ajudar a combater as ações criminosas contra as forças de segurança e o patrimônio público e privado. “Não é má vontade do governo do Estado em aceitar qualquer tipo de ajuda, mas neste momento não há necessidade. Temos controle da situação e a tendência é que essas ações recuem nos próximos dias”, afirmou o secretário.

Grubba entende que a parceria entre o Estado e a União já é uma realidade através de convênios firmados com a Secretaria Nacional de Segurança Pública e o trabalho de integração com órgãos como a Polícia Federal, Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e as Forças Armadas.

Até quinta-feira (7), a SSP contabilizou 28 prisões desde o início ações criminosas no dia 30 de janeiro, 20 delas em flagrante. “Todas os suspeitos continuam detidos”, informou o Comandante Geral da Polícia Militar, Coronel PM Nazareno Marcineiro.

Destas, oito são adolescentes entre 13 e 17 anos. As ocorrências atingiram 24 cidades. Na manhã desta sexta-feira (8), criminosos atearam fogo em um ônibus em São João Batista. Na madrugada anterior, a polícia evitou uma série de ataques na região de Joaçaba ao se antecipar a essas ações. Isso só foi possível após uma denúncia anônima que resultou na prisão de quatro pessoas, dois deles suspeitos de lideraram o grupo.

Para o comandante geral da PM, coronel Nazareno Marceneiro, que já atuou como instrutor da Força Nacional, a vinda destes policiais não contribuiria de forma tão decisiva para a resolução do problema. Segundo ele, que mostrou em números, a Força Nacional conta hoje com um efetivo total de 1280 homens. Hoje os trabalhos estão concentrados em cidades como Maceió (197 policiais) e Rio de Janeiro (142), os dois municípios com o maior efetivo da força. Na eventualidade de o Estado receber 200 policiais, o que seria pouco provável, este efetivo teria que ser dividido em oito cidades, o que daria um grupo de 25 policiais por município.

Isso representaria apenas três viaturas a mais por cidade se levarmos em consideração, explicou, que os policiais da Força Nacional trabalham 12 horas e folgam 12 horas pelo ritmo intenso patrulhando nos cinco primeiros dias de atuação. Mas na sequência essa escala mudaria para 12 por 36 horas, reduzindo ainda mais o efetivo.

O coronel destacou, também, que muitas dos ocorrências não podem ser computadas como ataques criminosos, pois não tem relação com o crime organizado. Inicialmente, os relatórios levam em conta todas as ocorrências para que a investigação seja o mais abrangente possível, mas com o tempo várias vão sendo descartadas como ataques.

O comandante da PM também disse que a chegada de uma ajuda externa pode desmotivar os policiais catarinenses que estão trabalhando intensamente desde o início das ações criminosas. “Quando o trabalho diário deles - que sempre colocou Santa Catarina no topo dos indicadores de segurança do país - é desacreditado ao se chamar ajuda externa, o empenho e engajamento deles, que faz a diferença neste combate, cai muito.”

Já o delegado Geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D'Ávila, confirmou que as investigações estão evoluindo e garantiu que em breve terá novidades com relação a cadeia de comando que está por trás dessas ações. Ele elogiou a a iniciativa do governo federal, mas disse que neste momento é importante valorizar as forças de segurança de Santa Catarina. O delegado Akira Sato, diretor da DEIC, e que também atuou como chefe da Força Nacional de Polícia Judiciária, participou da coletiva. "A necessidade hoje é por policiais com conhecimento do local de investigação nas nossas cidades. O mais importante agora é a velocidade das ações, a pressa na investigação", disse Sato.