Reservatórios estão vazios e água serve para matar sede dos animais

Há cerca de três meses sem chuvas significativas, municípios do Meio-Oeste catarinense já estão sofrendo prejuízos com a seca. Em Jaborá, a prefeitura está transportando água para 32 propriedades do interior.

A medida é emergencial e três caminhões levam água até os locais, já que não há como matar a sede dos animais porque os reservatórios estão vazios. Em alguns locais, a produção leiteira teve redução de 40% por conta da falta de chuva e das pastagens secas.

Por conta do cenário, a prefeitura decretou situação de emergência no último dia 19. O documento ainda não chegou à Defesa Civil do Estado, mas promete ajudar a amenizar a situação dos produtores.

Conforme o prefeito de Jaborá, Luiz Nora, os prejuízos ainda estão sendo contabilizados e, como não há previsão de chuvas significativas para a região, o transporte de água deve ser mantido por tempo indeterminado.

Nora salienta que as principais perdas estão nas plantações de milho, de soja e também nas criações de suínos, aves e gado leiteiro e de corte. Ele afirma que, em algumas lavouras, toda a produção será perdida.

O agricultor Claudemir Begnini mora na Linha Santa Lúcia e recebe água diariamente, há cerca de duas semanas, para suprir a necessidade dos animais. Com 48 vacas leiteiras, a produção de leite caiu quase pela metade na propriedade.

Os prejuízos também se estendem à lavoura. Dos 15 hectares de milho que Begnini pretende plantar neste ano, apenas seis estão sendo cultivados. O restante das sementes aguarda a chuva para ganhar a terra.

- O milho já plantado vai ter redução de pelo menos 30%. Se não chover nos próximos dias, vamos perder tudo – lamenta.

No município de Irani, a condição também é preocupante para a agricultura. Na semana passada, a prefeitura já assinou decreto de situação de emergência e vai encaminhar à Defeca Civil estadual. Pelo menos 20 propriedades recebem água da prefeitura diariamente.

Segundo Antônio de Avila, secretário de Administração e Gestão do município, como há diversos aviários e chiqueiros no município, o transporte de água é necessário para matar a sede dos animais. Ele estima que, na agricultura, as perdas já chegam a 30%.