A Organização Mundial de Saúde instituiu o dia 31 de maio como Dia Mundial Sem Tabaco e divulga, pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) a campanha 'Juventude Livre do Tabaco'.
A Organização Mundial de Saúde instituiu o dia 31 de maio como Dia
Mundial Sem Tabaco. Este ano, o tema da campanha da OMS, que será
explorado em material de divulgação pelo Instituto Nacional de Câncer
(INCA) em todo o país é "Juventude Livre do Tabaco". Em Santa Catarina a
campanha terá ainda uma temática local, já que a Diretoria de Vigilância
Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde apostou na conscientização
da população sobre os malefícios do cigarro ao fumante passivo, ou seja,
quem mesmo sem fumar tem contato freqüente com a fumaça tóxica liberada
pelo fumante ativo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde existem 2 bilhões de
fumantes passivos no mundo. Desses, 700 milhões seriam crianças, e neste
caso os danos são desproporcionais. Para um fumante passivo o risco de
desenvolver câncer de pulmão é três vezes superior ao risco de quem não
convive com a fumaça do cigarro. Isso torna o fumo passivo a terceira
causa de morte evitável no mundo, perdendo apenas para o fumo efetivo e o
consumo excessivo de álcool.
Entre crianças que sejam fumantes passivas, os prejuízos também são
generalizados. É muito maior a freqüência de resfriados, infecção do
ouvido médio e doenças do aparelho respiratório, como pneumonia,
bronquite, rinite e tosse. Os bebês apresentam risco cinco vezes maior de
morrerem subitamente sem uma causa aparente (Síndrome da Morte Súbita
Infantil). Fumantes passivos também têm mais chances de ter irritação nos
olhos, manifestações nasais, tosse, dores de cabeça, problemas alérgicos,
em especial nas vias respiratórias, e problemas cardíacos, principalmente
elevação da pressão arterial e angina (dor no peito).
Em Florianópolis, o programa Vigescola, versão brasileira do Global
Youth Tobacco Survey, aponta que, dos 1665 estudantes entrevistados,
entre 12 e 16 anos de idade, 35% dos meninos e 41% das meninas são
expostos à fumaça do cigarro em casa; e 38% dos meninos e 41% das meninas
são filhos de pai ou mãe fumantes. O programa, presente em 17 capitais
brasileiras, também investigou o percentual de estudantes que fumam em
Florianópolis: 10% dos meninos e 12% das meninas fumaram um ou mais
cigarros nos últimos 30 dias.
Para tentar reduzir este interesse precoce pelo cigarro, o Ministério
da Saúde e o INCA lançaram na terça-feira, 27 de maio, as novas imagens de
advertência usadas nas embalagens dos produtos de tabaco. Explorando o
conceito "Fique esperto, começar a fumar é cair na deles", as peças foram
criadas a partir do resultado de uma pesquisa de reação emocional com 212
jovens, fumantes e não-fumantes. As novas imagens foram consideradas mais
aversivas, em comparação com as anteriores, o que aumenta o potencial de
desinteresse pelo produto. "Nós percebemos que a indústria desenvolve
estratégias para capturar essa garotada e queremos mostrar a outra face da
realidade", ponderou o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, durante o
lançamento das embalagens.
Apesar de todas as campanhas, estima-se que cerca de 200 mil
mortes/ano são decorrentes do tabagismo (OPAS-2002). Em Santa Catarina a
mortalidade proporcional por câncer, segundo as principais topografias,
nos períodos de 1979-1982 e 1999-2002, para o sexo masculino coloca o
câncer de pulmão como a segunda causa de morte, e para o sexo feminino
como a terceira causa de morte. Segundo o INCA, são também atribuíveis ao
consumo do tabaco 45% das mortes por doença coronariana (como infarto do
miocárdio); 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica (como o
enfisema); 25% das mortes por doença vascular (como os derrames); e 30%
das mortes por câncer, sendo que 90% dos casos de câncer de pulmão ocorrem
em fumantes.
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