A expectativa é reunir cerca de 700 participantes, entre profissionais, agentes públicos, especialistas, professores e acadêmicos.
A participação do cirurgião-dentista nas Equipes de Saúde da Família, os investimentos públicos para oferecer tratamento odontológico de qualidade e as perspectivas da Política Nacional de Saúde Bucal serão temas do “I Encontro Sul Brasileiro de Saúde Bucal”. O evento, que será realizado de 01 a 03 de outubro, no Hotel Marambaia, em Balneário Camboriú, tem a promoção dos Conselhos Regionais de Odontologia de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. A expectativa é reunir cerca de 700 participantes, entre profissionais, agentes públicos, especialistas, professores e acadêmicos.
“É a primeira vez que os CROs discutem a situação do atendimento público odontológico. Serve de alerta aos administradores públicos para os serviços que hoje são oferecidos à população”, destacou o presidente do CRO-SC, Sidnei José Garcia. Além de palestras, cursos e debates, também serão apresentados exemplos de projetos públicos na área odontológica dos três estados da Região Sul. “Atualmente, o município só não cria sua estrutura por falta de conhecimento ou por falta de vontade política, pois há financiamento das esferas federal e estadual”, destacou Garcia.
A Política Nacional de Saúde Bucal foi lançada em 2004, com o Programa Brasil Sorridente que apresenta, como linhas básicas, a vialibização da adição do flúor a estações de tratamento e águas de abastecimento público, a reorganização da Atenção Básica (especialmente por meio da Estratégia Saúde da Família) e da Atenção Especializada (através de Centros de Especialidades Odontológicas). Em 2006, o investimento no programa foi de R$ 1,3 bilhão.
As prefeituras recebem recursos para criar as chamadas Equipes de Saúde Bucal – ESB e os Centros de Especialidades Odontológicas. O resultado deste investimento é a ampliação da oferta dos serviços odontológicos nas unidades básicas de saúde. Atualmente, 40% da população brasileira (77 milhões) têm a cobertura das Equipes de Saúde Bucal.
Em Santa Catarina, segundo dados da Secretária de Estado da Saúde, foram realizados 9.107 milhões de procedimentos odontológicos nas unidades de saúde pública no ano passado. Ainda assim, 21% da população catarinense não contam com as ESBs dentro da Estratégia da Saúde da Família. A boa notícia é que em apenas seis anos o número de ESBs quase que dobrou no estado, pulando de 382 , em 2003 para 718, em 2009.
Especialidade - Quando o Brasil Sorridente foi lançado há 5 anos, apenas 3,3% dos atendimentos odontológicos feito no SUS correspondiam a tratamento especializados. Até então, o máximo oferecido eram extração dentária, restauração, pequenas cirurgias e aplicação de fluor. Com o programa, foram criados os Centros de Especialidades Odontológicas, onde é possível oferecer atendimentos especializados, como diagnóstico bucal (com ênfase na detecção do câncer de boca), periodontia (doenças da gengiva), cirurgias, endodontia (tratamento de canal) e atendimento a portadores de necessidades especiais.
O tratamento oferecido nos CEOs é uma continuidade do trabalho realizado pela rede de atenção básica e, no caso dos municípios que estão na Estratégia Saúde da Família, pelas equipes de saúde bucal. A implantação dos CEOs funciona por meio de parceria entre estados municípios e governo federal, ou seja, o Ministério da Saúde faz o repasse de uma parte dos recursos e Estados e municípios contribuem cada um com outra parcela.
A previsão da Secretária de Estado da Saúde é que até o ano que vem, 53 CEOs estejam funcionando em Santa Catarina, o que dará uma média de 1 Centro para 120 mil habitantes.
Dados de Santa Catarina:
- Número de cirurgiões-dentistas: 3.179
Estratégia da Saúde da Família
- Fluoretação da água: 1,86% dos municípios de SC não fazem
- Previsão de procedimentos odontológicos (2009): 10 milhões (SUS)
- Número de Centros de Especialidades Odontológicas:53 (até 2010)
Principais diferenças do trabalho do dentista inserido Na Estratégia de Saúde da Família:
- Atuação com outros profissionais da área da saúde
- Responsável pela saúde bucal da região da unidade pública de saúde
- Promove também ações coletivas (palestras em escolas, entre outras)
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