Encerrou na quinta-feira (17), em Chapecó, o curso de Formação para Dirigentes e Conselheiros Fiscais de Cooperativas de Crédito (Formacred). Promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado de Santa Catarina (Sescoop/SC), o curso reuniu 25 representantes das seguintes cooperativas: Sicoob Maxicrédito, Sicoob Credial, Sicoob Pinhalzinho, Sicoob Creditapiranga, Sicoob Noroeste, Sicoob São Miguel e Sicoob Oestecredi.
Denominado Abordagem Organizacional, o terceiro e último módulo trabalhou assuntos como governança (organização e estrutura cooperativa de crédito), riscos do negócio (análise dos apontamentos de auditoria, análise econômica financeira), interpretação de relatórios, visão gerencial, além de conhecimentos específicos para o Conselho de Administração e Fiscal.
O terceiro módulo foi conduzido pelo instrutor Simplício Meurer, que abordou assuntos relacionados ao diálogo entre os conselhos e o foco no cooperado, a importância dos conselheiros para as cooperativas, bem como os desafios que tornam ainda mais importante a função de conselheiro nas cooperativas. Também destacou aspectos relacionados à estrutura organizacional de cooperativas de crédito no Brasil, a evolução da estrutura organizacional nas cooperativas singulares, a governança cooperativa, os desafios do modelo de governança pós-LC número 130/2009, entre outras questões.
"A formação nesse constante ambiente de transformação é uma condição importante para formar conselheiros que sejam capazes de conduzir bem as cooperativas de créditos - organizações que vêm conquistando importância cada vez maior no cenário nacional", destacou Meurer.
Segundo o instrutor, o Banco Central está permitindo um marco regulatório que disponibiliza condições legais para o crescimento efetivo das cooperativas. "E como são administradas pelos sócios, eles precisam representar as pessoas. Portanto, a formação é fundamental para que as oportunidades sejam aproveitadas e os sócios tenham uma cooperativa com organização eficiente que oportunize o crescimento coletivo", completou.
Para o diretor do Sicoob Noroeste, Normides Scalsavara, o curso oportunizou aprofundar conhecimentos para colocar em prática na cooperativa e, com isso, fortalecer o sistema. "O curso, além de contribuir nas atribuições de nossas funções, faz com que tenhamos mais segurança nas decisões", enfatizou ao comentar que três representantes da cooperativa participaram do curso (um da diretoria, um do Conselho de Administração e um do Conselho Fiscal). Para finalizar, destacou que no sistema cooperativo, quem ganha é a cooperativa.
Segundo o coordenador de autogestão do Sescoop/SC, Élvio Silveira, o Formacred foi estruturado para proporcionar uma visão sistêmica do cargo. A iniciativa apresenta conceitos de crédito cooperativo, ajuda a desenvolver habilidades necessárias para o convívio em grupo, possibilita compreender a estrutura e o funcionamento de uma cooperativa de crédito, além de apresentar a legislação e as normas que regem o papel e a função do conselheiro na cooperativa de crédito.
Com total de 96 horas/aula, o treinamento é dividido em três módulos: abordagem comportamental (24 horas/aula), abordagem legal (36 horas/aula), e abordagem organizacional (36 horas/aula). Neste ano, foram realizadas quatro edições do curso em todo o Estado. "A avaliação é muito positiva porque Formacred permite aprofundar aspectos importantes para atuação dos dirigentes e conselheiros nas cooperativas de crédito. Além disso, a troca de experiências oportuniza enriquecer ainda mais o conhecimento dos participantes. No ano que vem, haverá novas turmas do curso", finaliza Élvio.
Cooperativismo de crédito
O cooperativismo de crédito brasileiro iniciou em Nova Petrópolis/RS, em 1902, mesma época em que surgiu no Canadá. A iniciativa, no Brasil, foi do Padre suíço Theodor Amstad que em conjunto com outras 19 pessoas fundou a 1ª Cooperativa de Crédito da América Latina. Segundo o portal do cooperativismo financeiro, atualmente a rede de atendimento das cooperativas no Brasil representa 18% das agências bancárias do país, enquanto que os ativos totais administrados representam 2,7% do total, sendo que as cooperativas de crédito somadas ocupam a 6ª posição no ranking do volume de ativos estando, portanto entre as maiores instituições financeiras de varejo do país.
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