Quebra do monopólio fará mercado do resseguro dobrar, estima Susep

 A abertura do monopólio de resseguros no país, definida pela Lei Complementar nº 126, completa um ano neste mês. E a  expectativa de Armando Vergílio dos Santos Júnior,  titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), é de até 90 empresas novas, incluindo as corretoras, operarem nesse mercado nos próximos anos. 

Na última semana, a Susep recebeu o primeiro pedido de registro prévio de uma resseguradora local, formada pelo Grupo Paraná Banco. A nova empresa, denominada J. Malucelli Resseguradora, atuará em todo o país, com especialização no ramo garantia. No futuro, a estimativa é de expandir a ação para a América Latina.

A Susep é vinculada ao Ministério da Fazenda e atua como órgão fiscalizador do mercado de seguros no país. Segundo o superintendente, a partir de março deverá autorizar as primeiras novas resseguradoras, que apresentarem pedido de cadastramento. Ele anunciou que elas já poderão operar a partir de abril.

No primeiro momento, pelo menos três resseguradoras disputarão o mercado com o antigo Instituto de Resseguros do Brasil, hoje IRB-Brasil Re, que detinha o monopólio do setor. O  faturamento do Instituto em prêmios emitidos somou R$ 3,5 bilhões no ano passado.

Santos Júnior disse estimar que, com a abertura, esse valor ?vai mais que duplicar no médio prazo, em torno de dois a três anos". E explicou: "Concomitantemente à abertura nós tivemos que  implementar um novo modelo de solvência e de regras de capital para as empresas seguradoras. E uma das maneiras que elas terão agora de se alavancarem é exatamente por meio do resseguro.?

As empresas que não tiverem capital para colocar dentro das novas regras, acrescentou, precisarão fazer mais resseguros. "Então, o mercado em três anos vai mais que dobrar de tamanho?, garantiu. A perspectiva, segundo o superintendente, é ter até seis resseguradoras locais (constituídas no Brasil) e 50 admitidas (empresas estrangeiras com escritório de representação no país). Ele disse esperar que também haja interesse por parte de resseguradoras eventuais (companhias estrangeiras especialistas que precisam ter um procurador no Brasil).