Alerta é do Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina, o médico veterinário Pedro Jeremias Borba

Levar o animal de estimação para praia é uma situação delicada, não apenas porque eles podem transmitir doenças aos seres humanos, mas também porque os próprios bichos são prejudicados. A saúde do animal de estimação é posta em risco pela possibilidade de contrair viroses de animais de rua e sem vacinação. Outra questão são as altas temperaturas, que podem provocar queimaduras nas patas e na pele. A areia também causar alergia ao animal.

O alerta é do Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina, o médico veterinário Pedro Jeremias Borba. "Os pets já se tornaram verdadeiros membros das famílias, é compreensível que os queiram por perto, mas este é um caso de saúde pública e de respeito com o bem-estar animal", diz ele.

E, o que era para ser um simples passeio na praia pode acabar em sérios problemas. Exposição excessiva ao sol em animais de pele clara, por exemplo, favorece o surgimento de tumores de pele tanto em cães quanto em gatos, sendo que algumas raças são mais predispostas. Para animais com doenças alérgicas, a exposição ao ambiente da praia também pode trazer sérios transtornos. "Pode parecer muito divertido levar o cãozinho para correr na areia e brincar na água em um dia quente de verão, mas não é higiênico nem saudável. Micoses na pele, parasitas e diversos fungos estão presentes", ressalta o veterinário.

Em relação aos humanos o problema mais comum é o famoso bicho geográfico (larva migrans), transmitido devido ao contato na areia com fezes de cães contaminados pelo Ancylostoma (um verme canino). Esta larva caminha sob a pele, causando lesões e coceira.

Parasitoses intestinais como a Giardíase e a Isosporose também podem ser transmitidas por meio das fezes infectadas dos pets, provocando sintomas como dores abdominais, gases, vômitos, diarreia e perda de apetite.

"Muitas cidades litorâneas possuem leis que proíbem a presença de animais na praia, mas isso não é suficiente, é preciso que haja bom senso para que a saúde humana e animal sejam preservadas", diz Borba.