Obras de transporte demandam investimentos de R$ 1 trilhão
A Confederação Nacional do Transporte (CNT) alertou no Boletim Economia em Foco, deste mês, que a demora para a votação do Orçamento 2015, que passou pela Câmara Federal na segunda quinzena de março, com quase três meses de atraso, vai impactar de forma negativa nos investimentos em obras de infraestrutura. Para completar o cenário ruim, a morosidade na execução de projetos de mobilidade, transporte e logística, é agravada pelo déficit nas contas públicas.
A conclusão no boletim é que a infraestrutura tem sido um dos maiores entraves para o desenvolvimento do país. O indicador do Fórum Econômico Mundial, que mede a qualidade geral da infraestrutura de transporte dos países, coloca o Brasil na 131ª posição no ranking geral. Mesmo com um salto de R$ 2,8 bilhões, em 2002, para R$ 15,5 bi, em 2014, os investimentos ainda são considerados insuficientes. A diretora do FMI, Christine Lagarde, recomendou recentemente que o Brasil amplie seus investimentos para melhorar a infraestrutura.
“Em condições normais, a execução orçamentária para o setor de transporte já é considerada insatisfatória, e diante do atual cenário, espera-se que os investimentos públicos federais sejam ainda menores do que os registrados nos últimos anos”, salienta a Confederação Nacional do Transporte.
Quase R$ 1 trilhão são necessários para solucionar os gargalos logísticos do Brasil, segundo o Plano CNT de Transporte e Logística, que abrange intervenções em 2.045 projetos nas áreas rodoviária, ferroviária, navegação anterior, aeroportuária, portuária e terminais.
Em 2014, dos R$ 18.7 bilhões que foram autorizados para todos os modais de transporte, apenas R$ 5,8 bilhões foram efetivamente usados. O valor não executado chega a quase R$ 13 bilhões. Com isso, na análise da CNT, o montante poderá ser convertido em restos a pagar e comprometer a execução orçamentária dos próximos anos.
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