Interessados devem enviar imagens que retratem desenvolvimento humano via internet; as melhores serão exibidas internacionalmente


 

 

A campanha Humanizando o Desenvolvimento, que pretende divulgar o lado belo do processo de desenvolvimento humano, recebe, até 1º de outubro, fotos pela internet para o seu concurso de imagens relacionadas ao tema.

O júri – integrado por Maria da Penha, ativista dos direitos femininos cujo nome foi dado à Lei que ampliou as penas para quem comete violência doméstica – escolherá 50 fotos que demonstrem o lado positivo do processo de desenvolvimento.

As imagens devem estar relacionadas a 14 temas, como superação da pobreza, eliminação do trabalho infantil e promoção da auto-estima da igualdade entre os gêneros. Os temas estão dentro dos ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio) — metas socioeconômicas que os países da ONU se comprometeram a cumprir até 2015.

Cada participante pode enviar até cinco fotos. As que forem selecionadas serão exibidas em mostras internacionais – que devem ocorrer, após o carnaval de 2010, em Londres, Nova York, Bonn, Joanesburgo, Bangcoc, Nova Déli e São Paulo.

Todas as imagens que participarem e o nome de seus autores entrarão para o catálogo usado nas campanhas e sites da Organização das Nações Unidas, informa Francisco Filho, um dos coordenadores da campanha – promovida pelo IPC-IG (Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo), órgão mantido pelo PNUD em parceria com o governo brasileiro.

Desde 1º de julho foram recebidas mais de 1.500 fotos de 100 países, diz Francisco Filho. “Já estamos com mais de mil fotos muito boas, de impacto, que representam os valores e os objetivos da campanha.”

Além de Maria da Penha, devem integrar o Comitê de Seleção representantes do IPC-IG, do Programa de Voluntários das Nações Unidas, de instituições parceiras estabelecidas na África, Ásia e Pacífico, Emirados Árabes, Europa e Confederação dos Estados Independentes e um fotógrafo profissional de reputação internacional.

Divulgação

As fotos escolhidas também ficarão expostas, permanentemente, em uma galeria pública que será inaugurada, em novembro, na sede do IPC em Brasília. Junto das imagens, os visitantes verão as “histórias por trás delas”, destaca Francisco, explicando que a organização pede aos participantes que enviem descrições das cenas retratadas, os nomes das pessoas que aparecem nelas e os desafios que enfrentam. “Isso é humanizar, é promover as experiências positivas”, declara o coordenador.

A campanha não quis privilegiar o trabalho de fotógrafos profissionais, mas sim garantir uma participação ampla do grande público, “de pessoas que têm um celular ou câmera próprios”, afirma Francisco. Além disso, ele diz que todos os participantes terão “grande retribuição” com a divulgação que agências da ONU, como o PNUD, a UNESCO e a Secretaria-geral, poderão fazer do material. “Não estamos retirando das pessoas os direitos sobre a foto. Você ter o seu nome engajado num contexto de discussão sobre o desenvolvimento, na ONU, é mais que [ganhar como prêmio] uma máquina fotográfica, uma viagem”, conclui.

Campanha

Mais informações no site oficial do concurso (http://www.ipc-undp.org/photo/index_pt.htm). O resultado da seleção sai em 30 de outubro.

 

Lei Maria da Penha

A biofarmacêutica e ativista feminista Maria da Penha Maia Fernandes dá nome à norma que estabeleceu que agressores de mulheres no âmbito doméstico sejam presos em flagrante e não possam mais ser punidos com penas alternativas. A Lei 11.340, sancionada em 2006, também aumentou o tempo máximo de detenção previsto (de um para três anos) e estabeleceu que medidas que vão desde a saída do agressor do domicílio e a proibição de sua aproximação da mulher e filhos.