Epagri realiza uma exposição dos trabalhos conduzidos na Estação Experimental de Itajaí, na área de plantas bioativas ? aromáticas, medicinais e nutracêuticas. A exposição é gratuita

Para mostrar os resultados das pesquisas desenvolvidas na área de plantas bioativas – aromáticas, medicinais e nutracêuticas – a Epagri realiza uma exposição dos principais trabalhos conduzidos na Estação Experimental da Epagri de Itajaí, além de novas espécies. A abertura solene da exposição será nesta 5ª. feira  22 de outubro, às 15h, no hall central da sede da empresa em Florianópolis. A exposição é gratuita e aberta ao público, de 2ª. a 6ª. feira, até o próximo dia 30 de outubro.

Há uma série infinita de aplicações possíveis a partir das pesquisas em andamento. Recentemente, por exemplo, pesquisadores da Epagri localizaram em área de marisma (alagada pelo mar), na Barra do Aririú em Palhoça, uma espécie que poderá revolucionar o conceito de fito-condimento funcional – a erva de sal. De nome científico Salicornia gaudichaudiana a espécie foi encontrada pela estudiosa e produtora de plantas bioativas, Cecília Cipriano Osaida, de Canelinha (SC). É uma espécie que cresce espontaneamente em solos tão salinos nos quais a maior parte dos vegetais não sobreviveria. A erva de sal contém sais de origem marinha, principalmente a potassa, que confere ao paladar um sabor salgado. “Por ter alta proporção de potássio em relação ao sódio, além de outros nutrientes importantes, abre perspectiva de ser utilizada como produto alternativo para pacientes portadores de hipertensão e/ou com restrição de sódio”, explica o pesquisador da Epagri de Itajaí, Antonio Amaury Silva Junior, revelando que a espécie encontra-se muito ameaçada por ações prejudiciais à existência da espécie por parte do ser humano. Projeto de pesquisa elaborado pela Epagri, em parceria com o Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina, prevê estudos agrotecnológicos e bromatológicos com a erva de sal, visando futuros cultivos hidropônicos e em áreas de criação de camarão.

A Epagri, que trabalha há mais doze anos com pesquisa na área de plantas bioativas, detém hoje um dos maiores bancos de dados sobre o tema. Esse banco de dados contempla as áreas agronômica, fitoquímica, farmacológica e botânica. “Temos também o maior banco de germoplasma da América do Sul”, revela Amaury alertando, no entanto, que o trabalho da Epagri é focado na área de pesquisa de agrotecnologia de plantas bioativas e não é o papel dos pesquisadores fazer indicações de plantas para doenças e nem fornecer plantas ou essências. “Esses produtos devem ser obtidos junto ao mercado varejista”, informa.

Um importante trabalho também executado pela empresa, é a fitoprospecção de plantas bioativas nativas. Os países do mundo todo estão engajados nessa busca por novas espécies promissoras, principalmente para a saúde humana. Algumas espécies nativas aromáticas foram encontradas em alguns biomas de Santa Catarina, com grande possibilidade de serem utilizadas industrialmente. São elas, a vassourinha-da-praia (Heterothalamus allienus), o chinchilo-da-praia (Tagetes minuta), poejos-serranos (Cunila galioides, Cunila spicata) e a erva-de-touro (Poiretia alata). Entre as nutracêuticas prospesctadas, destacam-se a camarinha (Gaylussacia brasiliensis), tanchá-da-praia (Plantago catharienea), hibisco-do-brejo (Hibiscus diversifolius) e o sal-verde (Salicornia gaudichaudina) Segundo Amaury, embora os estudos estejam em andamento, já existem pesquisas preliminares demonstrando que os óleos dessas espécies apresentam propriedades fitoquímicas e/ou farmacológicas promissoras.

“O cultivo de plantas bioativas é uma atividade de alta densidade econômica, normalmente permite agregar valor e aumenta as alternativas de renda dentro da pequena propriedade familiar, porque o leque de espécies com potencialidade econômica é muito grande”, afirma o presidente da Epagri, Luiz Hessmann. Só a Epagri possui em seu banco de germoplasma duas mil espécies e calcula-se que na flora brasileira existam cerca de 30 mil espécies de plantas bioativas. As pesquisas com plantas bioativas fazem parte do trabalho executado pelo grupo temático “Flora Atlântica”, da Epagri de Itajaí. Santa Catarina possui pólos de produção nos municípios de Canelinha, Joinville, Chapecó, Canoinhas, Paulo Lopes e Abdon Batista, Laguna, Grão-Pará e no extremo sul do Estado.

Informações mais detalhadas sobre as espécies estudadas na Epagri podem ser encontradas nas publicações relacionadas na home-page da Epagri, com destaque para os livros Essentia Herba – Plantas Bioativas vol.1 e 2,

Serviço: Exposição sobre Plantas Bioativas, no Hall Central da Epagri, situada à Rodovia Admar Gonzaga, 1347, no bairro do Itacorubi em Florianópolis. Entrada gratuita, de 2ª. a 6ª. feira, das 8 às 17h30, até o dia 30 de outubro.

Fonte: Antonio Amaury Silva Júnior/Epagri/Itajaí, no telefone: (47 – 3341-5253), celular: (47 - 9963-6387), e-mail: [email protected]