Internacionalização não significa fuga de capitais, esclarece assessor do BNDES

A internacionalização de empresas não significa fuga de capitais, exportação de poupança nem geração de empregos no exterior, segundo esclareceu o assessor da Presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Gastaldoni. ?O financiamento para investimentos no exterior é feito com recursos que não são do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Isso é regra do banco?, enfatizou. Segundo ele, o processo de internacionalização objetiva, ao contrário, promover as exportações brasileiras, fortalecer as companhias nacionais e gerar emprego e renda no Brasil. Gastaldoni destacou que muitas operações normais de financiamento feitas pelo banco visando a expansão de empresas incluem também ações no exterior. ?As operações que eu faço de investimento ou de exportação estão, de alguma forma, associadas também à internacionalização das empresas?. Um exemplo é o apoio concedido pelo banco às empresas brasileiras de engenharia que efetuam obras em outros países. A tendência, segundo afirmou, é de crescimento dos processos de internacionalização. ?Com certeza. Nós não temos dúvida. O banco continua dando importância à estratégia de internacionalização. Só que o maior esforço do banco para o atingimento dessa estratégia está nas linhas de financiamento à exportação, de aporte de capital em grandes empresas e de investimento em modernização e capacitação?. O assessor informou que das quatro primeiras empresas apoiadas com foco específico na expansão ou início de atividades no exterior, a primeira que já atingiu o estágio de companhia multinacional é a Friboi(do setor de alimentos). Outras empresas, que já possuem o ?status? de multinacionais, como a Vale, a Aracruz Celulose e a Gerdau, também recebem apoio do BNDES. ?O banco está apoiando essas empresas para a internacionalização. Só que está apoiando com recursos de mercado de capitais, com apoio às exportações e com investimento para aumento da capacidade?. Gastaldoni disse que todas as grandes empresas de metalurgia, mineração e siderurgia instaladas no país, além de montadoras de automóveis, estão cada vez mais crescendo e comprando empresas no exterior. ?O banco vem apoiando esse movimento, considera isso estratégico?. Ele destacou, porém, que os recursos com essa finalidade não vêm da linha de internacionalização, mas sim do mercado de capitais, do apoio a investimento e exportação. ?Essa linha é complementar?.