Dia Mundial de Combate ao Câncer destaca importância de cuidados para prevenção e controle da doença
Nesta sexta-feira (8), é lembrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer, instituído para desmistificar fatos sobre a doença e alertar a população sobre a importância de hábitos saudáveis para prevenção. A campanha da União Internacional para o Controle do Câncer objetiva abordar barreiras que impedem que as pessoas tenham acesso a cuidados fundamentais para o controle do câncer.
A coordenadora do serviço de terapia ocupacional do Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), Gabriela Bubniak, explica que o combate ao câncer é uma atividade diária. "Na forma como você se alimenta, se exercita, como você cuida da sua saúde mental, tudo isso vai influenciar no desenvolvimento ou não do câncer." Através da terapia ocupacional, aqueles que passaram pelo tratamento da doença e ficaram com alguma sequela, podem ser reinseridos no contexto social com qualidade de vida.
Entre as causas que contribuem para o aparecimento do câncer, estão motivos externos, relacionados aos hábitos de vida; e internos, como características genéticas. Assim como o tabagismo, a obesidade também é um fator de risco para diversos tipos de câncer, como os de próstata e mama. No processo de mudança de hábitos alimentares para evitar a obesidade, a atividade física e ingestão adequada de água diariamente também devem ser considerados.
"O mais importante é conscientizar a população que é uma doença extremamente prevalente. Hoje, a gente considera que, de cada seis ou quatro pessoas, uma vai ter câncer", destaca a diretora do Cepon, Maria Tereza Schoeller. Ela enfatiza também, que, depois da pandemia, o número de diagnósticos da doença aumentou porque as pessoas se isolaram e, consequentemente, deixaram de fazer exames preventivos. Segundo a diretora, nas mulheres, o câncer de mama é o mais comum, seguido do câncer gastrointestinal e de colo uterino. Nos homens, o câncer prevalente é o de pele, e também o gastrointestinal.
Evolução Tecnológica
A boa notícia é que, com novas tecnologias de tratamento e procedimentos cirúrgicos, a porcentagem de pacientes que sobrevivem com a doença vem aumentando. "Uma paciente com câncer de mama, por exemplo, há alguns anos precisava passar por 30 sessões de radioterapia, enquanto hoje, passa por apenas 16. Isso é tecnologia. Estamos tentando trazer tecnologia para esse hospital", explica a coordenadora do Cepon. A unidade realiza cerca de 60 mil consultas por ano.
As cirurgias mais tecnológicas e menos evasivas resultam, também, no menor período de internação dos pacientes, o que causa, a longo prazo, diminuição de custos para o Estado.
"O câncer passou de uma doença fatal para uma doença crônica", explica Maria Tereza. Segundo a médica - que atua na área desde a década de 1980 e pôde acompanhar a evolução no tratamento - a doença, que antes era considerada uma sentença de morte para quase que a totalidade dos pacientes, com o avanço da medicina, se tornou um problema de saúde com o qual muitos convivem por décadas, desde que seguindo tratamento e com acompanhamento médico.
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