Gás natural torna-se a alternativa viável em oposição aos combustíveis poluentes
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Usina de Gás Natural (Fotos: Reprodução)
Organização mundial do gás defendeu na COP-21 a aprovação de leis ambientais mais restritivas para o carvão, diesel e biomassa não renovável
As preocupações com o meio ambiente voltaram a ser discutidas no Brasil nessas últimas semanas, após o rompimento da barragem do município de Mariana-MG que levou metais tóxicos para o Rio Doce e parte do litoral do Espírito Santo. O desastre ambiental já refletiu em algumas ações, como o fechamento da barragem carbonífera em Lauro Müller, região sul de Santa Catarina, por falta do plano de segurança. Interditada por tempo indeterminado, a barragem chegou a romper em novembro de 2014, ocasionando o vazamento de resíduos de carvão no rio Tubarão - que ficou completamente negro.
Esses debates foram ampliados na COP-21, conhecida como a Conferência do Clima de Paris, que foi de 30 de novembro a 11 de dezembro. O principal objetivo do encontro era criar uma política comum contra o aquecimento global entre os 147 chefes de estado e governos presentes. Para evitar que a temperatura média da superfície terrestre tenha aumento de dois graus Celsius, o limite do que a ONU considera perigoso, os países deveriam buscar um acordo para diminuir a emissão de gases poluentes. Após isso, o desafio é criar mecanismos de controle para execução das ações prometidas e acordadas, evitando consequências mais prejudiciais ao meio ambiente.
O tema foi amplamente debatido na primeira reunião de trabalho com os novos representantes da IGU (International Gas Union), a principal organização de gás do mundo. Realizado no Irã, o encontro definiu que a IGU estaria presente na COP-21 e em outros eventos ambientais para apresentar o gás natural como alternativa viável à poluição e ao aquecimento global. O objetivo é valorizar a vida nas cidades, melhorar a mobilidade urbana (já que a distribuição é feita por gasodutos subterrâneos) e diminuir as impurezas do ar.
Segundo o Coordenador de Tecnologia da SCGás, Willian Anderson Lehmkuhl, que participou das reuniões de trabalho como representante do Brasil, a IGU atuará para aprovação de leis internacionais ambientalmente mais restritivas. Com isso, a tendência é haver embate entre o gás natural e as alternativas mais poluentes, como o carvão, o diesel e a biomassa não renovável. "A IGU prepara-se para atuar não só como uma organização técnica, mas também como um órgão de defesa do gás como a solução ambiental para o mundo", afirma Lehmkuhl.
A VANTAGEM AMBIENTAL DO GÁS NATURAL
Apesar de ter origem fóssil, o gás natural é considerado um combustível limpo, pois reduz em até 90% a emissão de gases poluentes. O insumo é composto principalmente por metano, molécula presente na decomposição de matéria orgânica. Sua queima resulta na liberação de vapor de água e gás carbônico. "O gás natural libera menos gases poluentes comparado a outros combustíveis fósseis, que têm cadeia química mais complexa. E apesar de não ser renovável, o gás natural é a opção mais amigável ao meio ambiente disponível em larga escala e economicamente competitivo", explica o engenheiro Lehmkuhl.
A SCGás produziu um estudo em 2012 para estimar a quantidade de CO2 (dióxido de carbono) que os clientes da Companhia deixaram de emitir ao adotar o gás natural como energético. O resultado constatou que 11 milhões de toneladas de CO2 deixaram de ser liberados na atmosfera desde o início das operações da Companhia. O volume de dióxido de carbono evitado corresponde ao efeito de 20,3 milhões de árvores, equivalente a quase 20 mil campos de futebol.
Além de emitir menos poluentes, o gás natural também atua como energético de transição entre os combustíveis fósseis e as energias renováveis. "Estamos saindo de uma época com uso excessivo de petróleo e carvão para pensar em novas fontes como energia solar, eólica e biomassa. Como é o último combustível fóssil da cadeia, toda a infraestrutura e a tecnologia desenvolvida para o gás natural poderá ser utilizada pelas energias renováveis no futuro", completa Lehmkuhl.
PARTICIPAÇÃO NA IGU
Willian Lehmkuhl compõe o grupo de trabalho WOC-5 (Work Comite - Utilisation), que tem como objetivo estudar, durante os próximos três anos, a aplicação do gás natural para o cliente final. Nesta primeira reunião, o engenheiro destaca que o foco foi o planejamento das ações para o triênio 2015-2018 e a realização de algumas visitas técnicas no Irã. O evento também teve representantes da Coreia do Sul, Japão, Rússia, Irã, Portugal, Colômbia, Brasil, Tailândia, Dinamarca, Holanda, França, Canadá, Polônia, entre outros países.
Representando Santa Catarina e a SCGás, ele é um dos quatro brasileiros que participam dos grupos de trabalho da IGU, nomeados durante a World Gas Conference (WGC) de 2015, que foi realizada em Paris e apresentou as inovações do gás natural para os próximos anos. A posse ocorreu durante o quinto dia de atividades do evento, levando Willian Lehmkuhl a ser o primeiro colaborador da SCGás a participar de um grupo de trabalho na IGU. A indicação do engenheiro foi realizada pela Abegás (Associação Brasileira de Gás).
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