Com o intuito de diminuir os custos para a aquisição da calha adaptada para a prática da bocha paraolímpica, que importada custa em torno de R$ 5mil, desde 2007, quando se iniciou a implantação do projeto de treinamento da modalidade para alunos da Fundação Catarinense de Educação Especial(FCEE), foram muitas tentativas e adaptações até se chegar à confecção da atual versão das calhas em madeira fabricadas na própria instituição, a um custo médio de R$ 800.

Jefferson Roberto Seeber, professor do Centro de Educação Física da Fundação, conta que desde 2006, quando teve o primeiro contato com a bocha paraolímpica, vislumbrou a possibilidade de participação de muitos alunos,que devido as suas dificuldades motoras dificilmente participavam de competições, mas sabia que necessitaria de altos investimentos para a aquisição dos materiais adaptados.

Já no primeiro ano de treinamento, a equipe da FCEE iniciou sua trajetória de competições e vitórias. Utilizando um cano de PVC cortado ao meio como calha, disputaram os Jogos Abertos Paradesportivos de Santa Catarina(Parajasc), onde conquistaram as medalhas de prata e bronze. A partir daí,
iniciou-se uma busca por equipamentos que auxiliassem a melhorar odesempenho dos atletas. E como a Fundação dispõe de oficina de metais e
marcenaria, Seeber percebeu que era uma questão de tempo a confecção do material mais apropriado.
 

Em meados de 2008, Jaílton da Conceição, responsável pela oficina de metais, confeccionou a primeira calha em metal, que foi utilizada durante algum tempo para o treinamento, mas que necessitava de ajustes. Em 2009, utilizando a madeira como matéria prima, foram confeccionadas calhas em forma de V, mas que devido ao seu peso, dificultavam ao calheiro manter a estabilidade das mesmas, ainda assim, os atletas da FCEE conquistaram medalhas de prata e bronze nos Parajasc. No mesmo ano, quando da participação nas Paraolimpíadas Escolares em Brasília, outra calha, em PV e com um pedestal de apoio foi testada, mas mostrou-se inadequada.
 

A busca continuou através de pesquisas em sites e da observação em competições, foi quando José Olmir Lhon, motorista da FCEE, experiente na fabricação e adaptação de cadeiras de rodas, colocou-se a disposição para a confecção de calhas em metal, com especial atenção para o suporte de apoio (pé), com assoalho em madeira e acrílico, as quais demonstraram cumprir com sua finalidade, facilitando o trabalho dos calheiros.

Devido ao elevado custo dos materiais e da necessidade de uma quantidade maior de equipamentos, tendo em vista que a equipe começou com dois e, tem hoje dez atletas, além de mais uma técnica, a professora Fabíola Spader, que se uniu ao grupo, procurou-se outras alternativas. Assim, há três meses, o marceneiro José Rosas Neto confeccionou a versão final das calhas em madeira, que são mais leves e práticas.
 

A equipe técnica pretende disponibilizar os equipamentos e aumentar o número de atletas da FCEE. Bem como implantar grupos das modalidades Polybat, uma adaptação do tênis de mesa, já em atividade, e Futebol 7, para paralisados cerebrais, que está em fase de iniciação. Os interessados devem entrar em contato com o Centro de Educação Física da FCEE pelo telefone (48) 3381-1676 ou pelos e-mails: [email protected] ou [email protected].