A revolução do sistema educacional brasileiro será responsável pela definição do futuro econômico do país.

A revolução do sistema educacional brasileiro será responsável pela definição do futuro econômico do país. “Se o sistema educativo não se transformar urgentemente, prevendo a preparação para o Brasil novo, não haverá recursos humanos disponíveis”, afirma o professor Eric Plaisance, da Universidade de Sorbonne, em Paris, que está participando em Florianópolis do 5º Educasul, o mais importante congresso de educação deste ano e que reúne no CentroSul cerca de mil professores de todas as regiões.

VISÃO

Surpreendentemente, a revolução a que Eric Plaisance se refere não está diretamente relacionada às palavras-chave que costumam definir as necessidades educacionais brasileiras, como investimento, remuneração e combate à evasão escolar, mas à formação dos professores. Segundo ele, é na melhor preparação dos profissionais responsáveis pelo ensino que está o resgate de tudo aquilo que é realmente importante para o Brasil, e que coloca o país sob o ângulo da sua visão como um país de Primeiro Mundo.

“Aqui está a chave do desenvolvimento brasileiro”, afirma o educador francês. Ele vem ao Brasil frequentemente, pelo menos duas vezes a cada ano, desde a década de 80. Esta é a primeira vez que o especialista veio a Florianópolis, convidado pelos organizadores do Educasul.

Graduado em Filosofia e doutor em Ciências Humanas pela Université René Descartes-Paris (Sorbonne), pesquisador e professor de Sociologia da Educação na mesma instituição parisiense, Eric Plaisance diz que esse processo de formação dos professores brasileiros deve ser feito através das universidades e é importante que haja homogeneidade. Segundo ele, o Brasil ainda está muito aquém dos índices mundiais de qualidade no que se refere à mão-de-obra especializada, e isso compromete, em muito, o futuro do país.