Relatório elaborado pela Unisul foi divulgado pela Fiesc nesta quarta.
A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) apresentou um estudo sobre os impactos do atraso das obras da BR-101 Sul nesta quarta-feira (11). O levantamento foi elaborado por pesquisadores da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) e mostra de que forma a demora na conclusão dos trabalhos afetou a economia regional. Segundo o documento, as perdas para os 44 municípios da região ultrapassam R$ 32,7 bilhões. O valor, segundo a Fiesc, corresponde às riquezas que deixaram de ser geradas por causa da demora na conclusão dos trabalhos.
O estudo teve como base a ordem de serviço autorizada pelo governo federal para duplicação da rodovia, em 2005. Na época, as obras estavam orçadas em US$ 800 milhões e com previsão de término em 2009.
O presidente da Fiesc Glauco José Côrte destaca que a região Sul deixou de receber muitos investimentos em razão do atraso da duplicação da BR-101. "Há questões cruciais para o desenvolvimento do Sul. Uma é a questão do Porto de Imbituba. Neste período, o Porto foi subutilizado, sobretudo, pela dificuldade de acesso. Imbituba tem uma vocação para receber mercadorias do Rio Grande do Sul e que não vieram em função do atraso da obras", exemplifica Côrte.
No documento também foram recomendadas medidas para que o Sul possa se recuperar mais rapidamente dos prejuízos causados pela demora da duplicação. Côrte destacou a necessidade de viabilizar as obras de novas rodovias, além de investimentos em infraestrutura turística. "Todos são investimentos muito importantes para que o Sul possa se recuperar, porque nesse período, o Sul ficou defasado em relação ao crescimento das demais regiões do estado", finaliza ele.
No fim de novembro deste ano, a Fiesc divulgou uma análise sobre os principais entraves para a conclusão das obras da BR-101, no trecho entre Palhoça e Rio Grande do Sul. Segundo as estimativas da Fiesc, a conclusão da obra só seria possível ocorrer até o fim do primeiro semestre de 2017. O documento aponta que ainda é necessário duplicar 11% da extensão total projetada e é preciso investir cerca de 67% do total já aplicado na obra até o momento.
Este levantamento da Fiesc contraria o Relatório do Andamento das Obras de Duplicação, elaborado pela Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que prevê a conclusão das obras contratadas em dezembro deste ano – exceto as da Ponte Estaiada na Lagoa de Cabeçudas e Canal Laranjeiras, em Laguna. A análise da Fiesc destaca que cumprir este prazo é difícil porque ainda não foram iniciados os alargamentos e reforços das pontes sobre os rios Paulo Lopes, Cova Triste, Penha e Araçatuba.
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