Senador vai enviar requerimento ao Ministério da Agricultura solicitando que as medidas a serem tomadas defendam o produtor brasileiro

Em reunião da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, o senador catarinense Dário Berger, alertou para o ingresso da maçã importada da Argentina e da China, e os potenciais prejuízos que as relações comerciais com esses dois países podem causar ao produtor de maça. Ele vai enviar ao Ministério da Agricultura requerimento para que a paste amplie o debate, tendo em vista os investimentos que o produtor brasileiro vem realizado há décadas para a melhoria da qualidade do produto.

"Não posso admitir que as nossas relações comerciais se estabeleçam suprimindo atividades consagradas, como a produção da maça em Santa Catarina. Nós não podemos oferecer aquilo que nós temos de melhor, com a qualidade sanitária adequada, para deixar entrar no Brasil um produto que nós não temos conhecimento de como é produzido, de como será transportado ou a que preço será comercializado", criticou o senador.

Dário ainda destacou que a política de salários e benefícios sociais na China, que praticamente se utiliza de trabalho escravo em toda sua produção, irá provocar a entrada de um produto mais barato no mercado brasileiro, e ainda sem as devidas certificações sanitárias exigidas ao produtor brasileiro.

"Já estou estudando essa matéria e irei apresentar um requerimento à ministra da Agricultura, Kátia Abreu, para que ela faça todo o esforço para proteger nossas relações comerciais, sobretudo, com a maça, e que o nosso produtor seja respeitado", adiantou Dário, lembrando que em Santa Catarina foi realizado há mais de duas décadas um trabalho árduo, com investimentos importantes, envolvendo pesquisadores e produtores rurais, que resultou na qualidade do produto oferecido ao mercado.

Maça chinesa

Segundo a presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, senadora Ana Amélia Lemos, a China oferece ao Brasil a caixa de maçã ao preço de R$ 84, o que equivale ao preço de custo da produção da maçã brasileira. Para praticar valores tão baixos, o governo chinês subsidia em US$ 292 bilhões os seus produtores, tornando desigual a competição com o país asiático. A CRA já solicitou que a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) fiscalize a qualidade sanitária dos produtos importados e comercializados no Brasil. De acordo com a senadora, no processo de produção de maçã na China, são usados produtos químicos proibidos no Brasil, o que pode comprometer a saúde dos consumidores brasileiros.