como parte da Conferência Livre do tema ?O Orçamento Público como garantia do direito fundamental à segurança ? Destinação de recursos públicos para a prevenção à violência?.

A Assembleia Legislativa sediou durante esta terça-feira (28) uma Conferência Livre com o tema “O Orçamento Público como garantia do direito fundamental à segurança – Destinação de recursos públicos para a prevenção à violência”. No Plenarinho Paulo Stuart Wright, a programação do dia iniciou com a palestra do Casal Ota, do Instituto Ives Ota.
Com o objetivo de fomentar o comportamento pró-ativo dos agentes municipais e de toda a sociedade frente à violência, o encontro visa proporcionar aos participantes a oportunidade de conhecer algumas ações preventivas. Entre as medidas implantadas em algumas cidades brasileiras, e que já apresentam resultados positivos, a Procuradora do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC), Cibele Farias, citou as ações voltadas à saúde, educação, esporte e lazer, bem como o incremento e melhoria do transporte urbano. “São medidas simples que dão bom resultado. Elas provocam nas pessoas o que chamamos de recoesão social”, disse a idealizadora da conferência.


Após a discussão e exposição das propostas que envolvem o assunto, será elaborado um relatório contendo os princípios e diretrizes como contribuição para o estabelecimento da política de Segurança Pública Nacional pretendida pelo Ministério da Justiça.

Superação

Perdão. Amor. Dor. Ódio. Vingança.


Essas palavras foram ouvidas várias vezes pelas pessoas que acompanharam a palestra dos pais do menino Ives Yoshiaki Ota, assassinado com dois tiros no rosto, aos 8 anos, pelos seguranças da família,.
No relato do sequestro e morte do filho, ocorridos em 1997, Masataka Ota emocionou muita gente. Disse ter tido, na época, muito ódio e sede de vingança. Porém, após lutar por alguns anos na tentativa de mudar o Código Penal, sem sucesso, Masataka mudou de postura. “Tentei endurecer a lei através de um abaixo-assinado, mas nada foi feito. Com treinamento e força, aprendi a perdoar.” Ele mostrou um vídeo onde ficou frente a frente no presídio com um dos três assassinos. “Antes de me encontrar com ele, pedi a Deus para me dar força, sabedoria e que ele me usasse como seu instrumento para que eu não fizesse o mesmo que aconteceu com meu filho. Saí totalmente aliviado e todo o ódio que estava dentro de mim foi embora”, declarou. Conforme Masataka, o ato de perdão foi a sua cura.
Em entrevista à Revista Veja, em setembro de 2001, o pai de Ives resumiu seu pensamento: “Acho que perdoar não é dizer: ‘Soltem os assassinos de meu filho’. Perdoar é tirar o ódio de dentro de você. Então, perdão é uma coisa, e justiça é outra. A justiça tem de ser cumprida.”
Iolanda Keiko Ota, a mãe do menino, afirmou que só diante da dor e do sofrimento é que aprendemos a dar a volta por cima, tirar das lições que nos são oferecidas a plenitude para viver com perdão. “Troquei pensamentos ruins e rancorosos por pensamentos bons e positivos. Busquei amor, gratidão e me confortei em Deus. Entendi que a missão do Ives era ensinar os pais a exercitar o amor e o perdão”, concluiu.
Em setembro de 1997 foi fundado o Movimento da Paz e Justiça Ives Ota, uma ONG cujo objetivo é estender a todos os interessados a conscientização de que somente através do perdão a verdadeira paz se instala na vida. O movimento está numa campanha para que o dia 30 de agosto seja reconhecido como o Dia Nacional do Perdão.