Capacitar os profissionais da rede de saúde mental, criar novos leitos, aumentar o número dos ambulatórios hospitalares e firmar novas parcerias com todos os envolvidos na área da saúde.
Capacitar os profissionais da rede de saúde mental, criar novos leitos, aumentar o número dos ambulatórios hospitalares e firmar novas parcerias com todos os envolvidos na área da saúde. Esses foram os encaminhamentos para solucionar a falta de espaço, número de leitos reduzido, falta de vagas, principalmente na ala feminina, abordados na audiência pública que debateu a crise que atravessa o Instituto Psiquiátrico do Estado (IPQ), antiga Colônia Santana, em São José. Realizado na 2ª feira, dia 5, na Assembléia Legislativa, pela Comissão de Saúde e por requerimento da deputada Odete de Jesus (PRB), o encontro teve como objetivo pontuar os problemas da instituição, que atende pacientes de todo o estado. Conforme a parlamentar, que recentemente esteve em visita à unidade, são várias as necessidades do instituto, como a criação de unidades hospitalares especializadas em zona urbana, impossibilidade de abrir novas vagas (uma determinação do SUS), falta de materiais e implantação de unidades em regime ambulatorial mais próximo da comunidade. Outro problema diz respeito aos enfermos, muitos abandonados pelas famílias há mais de 50 anos. Trata-se do regime de internato igualitário, ou seja, pacientes tuberculosos, grávidas e portadores de doenças mentais que convivem num mesmo espaço, quando deveriam estar internados separadamente. ?O IPQ é um hospital que precisa de apoio dos órgãos governamentais e de toda a sociedade?, disse Odete, que tratou o tema com preocupação. Inaugurado com 300 leitos em 10 de novembro de 1941, hoje com 1.200 leitos, o hospital é referência no tratamento psiquiátrico e atende principalmente a uma população de baixa renda, originária dos municípios da Grande Florianópolis e do interior do estado, por não haver uma rede de atendimento ambulatorial nos demais municípios. Visando um tratamento intensivo e especializado aos pacientes com quadros psiquiátricos graves, bem como para os dependentes químicos, a unidade de saúde tem o papel integrativo-educacional e sócio-familiar para que aconteça, de fato, a reintegração social dos internos. Representando a Secretaria de Estado da Saúde, a coordenadora de Saúde Mental, Elisa Puel, afirmou que a atenção básica é o ponto primordial para iniciar o tratamento da saúde mental, envolvendo as famílias, amigos, moradores e associações de bairro. Segundo ela, o plano estadual de saúde mental está sendo atualizado com objetivo de implementar a política de saúde respeitando as necessidades individuais de cada paciente, já que existem dificuldades como atendimento para os menores de 15 anos e unidades que não possuem projeto nem espaço adequados. Elisa também informou que alguns hospitais gerais têm leitos cadastrados em psiquiatria, porém apenas quatro deles possuem tratamento para a especialidade. ?No instituto existem dois tipos de pacientes. Os que se tratam e vão embora e os que moram no Centro de Convivência, que fica no próprio local.? A afirmação foi do diretor geral do IPQ, Tito Lívio Soares, observando que a unidade de São José é o único hospital público de psiquiatria do estado e que também recebe pacientes com problemas de álcool e drogas. ?A sociedade está pouco preparada e ineficiente para tratar a dor mental?, afirmou o diretor, enfocando as mazelas sociais existentes. O coordenador do Centro de Apoio Operacional da Cidadania e Fundações, Leonardo Henrique Marques Lehmann, representante do Ministério Público, foi enfático em suas palavras: ?Não há meio de resolver os problemas da saúde mental sem atacar a gestão psicossocial nos municípios?. A afirmação de Lehmann levou a representante do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de SC, Mariana Gol Silva Winkler, a sair em defesa dos municípios. Para ela, encontrar as deficiências de cada parte, de cada ente federado, é primordial. ?É preciso redefinir quem vai fazer o quê e não apenas tentar encontrar o vilão da história.? (Andreza de Souza/ |
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