O Dia da Mulher Negra foi comemorado na tarde de hoje (23), na Assembleia Legislativa, em ato solene realizado no Plenarinho Paulo Stuart Wright.
O Dia da Mulher Negra foi comemorado na tarde de hoje (23), na Assembleia Legislativa, em ato solene realizado no Plenarinho Paulo Stuart Wright. Proposto pela deputada Angela Albino (PCdoB) e com apoio do vereador da Capital, Ricardo Vieira (PCdoB), o encontro teve a participação de organizações e movimentos sociais para homenagear mulheres que lutam contra as diferentes formas de opressão e pela emancipação das comunidades afrodescendentes.
A comemoração do Dia da Mulher Negra acontece em 25 de julho. Historicamente desfavorecidas, as próprias mulheres negras instituíram a data em 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, realizado na República Dominicana. A intenção da iniciativa foi dar visibilidade à condição social e econômica em que vivem por todo mundo. “É uma data para lutar por políticas públicas capazes de mudar a condição das mulheres negras”, explica a coordenadora da União de Negros e Negras pela Igualdade em Santa Catarina (Unegro/SC), Estela Maris Cardoso.
Proponente do ato solene e idealizadora de projeto de lei que tramita na Casa, que institui 25 de julho como Dia Estadual da Mulher Negra, a deputada Angela Albino enfatizou a necessidade de se estabelecerem ações que mostrem a importância da mulher negra. “Ao longo dos anos essas mulheres vêm superando desafios e obstáculos numa sociedade machista e racista, buscando qualificação e formação”, justificou.
A parlamentar aproveitou o momento para destacar a figura histórica da ex-deputada Antonieta de Barros (1901-1952), a primeira negra deputada estadual no país e a primeira mulher no Parlamento catarinense. “Antonieta de Barros fez algo que até hoje nunca se repetiu. A Assembleia nunca mais teve uma deputada negra. A Câmara Municipal de Florianópolis, em seus 300 anos, só teve sete mulheres, nunca uma negra”, salientou.
Angela Allbino também chamou atenção para a solenidade, por ser a primeira vez que a Assembleia Legislativa presta uma homenagem exclusiva às mulheres negras, e afirmou que a população precisa entender a origem da desigualdade para então lutar contra ela. “Estas são mulheres vitimadas por um duplo preconceito, por ser mulher e por ser negra. Hoje são homenageadas por sua luta”, comemorou.
Uma das homenageadas, a presidente do Conselho Municipal da População Negra, Valdomira dos Anjos, afirmou que “40 milhões de mulheres negras vivem à margem da sociedade”. Para ela, “não adiantam discursos científicos ou acadêmicos enquanto os negros ainda não são atendidos em suas demandas mais básicas”.
Em seu pronunciamento, o vereador Ricardo Vieira explicitou: “Em resposta à violência e à invisibilidade, essas mulheres desenvolveram uma feminilidade guerreira, uma possibilidade de ser mulher diferente da passividade que o pensamento hegemônico espera. Ao organizarem-se em nome das lutas pela transformação social, pelo fim do racismo, do sexismo, da lesbofobia e das diferentes formas de opressão, as mulheres negras denunciam a invisibilidade que as exclui e participam do cenário político de forma íntegra e resistente”. (Rodrigo Viegas/Divulgação Alesc)
Homenageadas
- Adriana Mattos Rodrigues – Religiões de Matriz Africana
- Ana Maria Moreira da Silva – Educadora da Rede Municipal de Ensino
- Bruna Luzia Vieira – Cantora de Hip-Hop
- Clarice Simão – Cantora de Hip-Hop
- Elizete Lima Kons – Líder Comunitária do Nova Trento
- Enir Terezinha Arruda Maria – Líder Comunitária do Alto Caeira
- Flávia Silva Barbosa – Líder Comunitária do Pastinho (Mont Serrat)
- Ivone Fernandes da Rocha – Líder Comunitária da Ponta do Leal
- Lúcia Helena Serafim Santana – Líder Comunitária do Monsenhor Top
- Márcia Regina dos Santos – Educadora da rede Municipal de Ensino
- Marta Santos da Silva Holanda Lobo – Coordenadoria de Políticas Públicas para Igualdade Racial de Florianópolis
- Renata Rodrigues Telles – Coordenadora Estadual da Unegro
- Rosimar Koskosqui dos Passos – Fundadora da Unegro e educadora
- Tayana Maria Bernardes da Costa – Primeira aluna do Projeto do Grupo Nizanga (Unegrosc)
- Tânia Regina Araújo – Mãe de Santo
- Valdomira Silva dos Santos Anjos – Presidente do Conselho Municipal da População negra
- Vera Lúcia Custódio – Líder Comunitária do Campeche
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