Caso não haja avanço nas negociações, os aeroviários irão paralisar as atividades.

Os funcionários que trabalham nos aviões e aeroportos brasileiros ameaçam fazer uma greve de advertência nesta quinta-feira, dia 13, caso não haja avanço nas negociações com as empresas aéreas, anunciaram os representantes das duas categorias.

Segundo a diretora do Sindicato Nacional da categoria, Graziella Baggio, os aeroviários já decidiram pela paralisação. Também devem aderir ao movimento os aeronautas, de acordo com a presidente do sindicato nacional, Selma Balbino.

Aeronautas, que trabalham a bordo das aeronaves, e aeroviários, que são os funcionários em solo, reclamam melhorias salariais e pretendem com o movimento chamar a atenção para as quase 4 mil demissões promovidas esse ano, 3 mil pela Gol e 850 pela extinta Webjet, que foi comprada esse ano pela própria Gol.

Graziella Baggio, diretora do Sindicato Nacional dos Aeronautas, relatou a insatisfação dos trabalhadores com o não atendimento de reivindicações que vão desde reajuste salarial, passando pelo fim de demissões arbitrárias e por uma solução para os ex-funcionários da Varig.


Os aeronautas reivindicam aumento de 11,4 % e, de acordo com o sindicato, a contrapartida das companhias é de no máximo 2%, abaixo da inflação.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) manifestou preocupação quanto à ameaça de greve no setor aéreo, ao final do debate sobre a fusão de companhias aéreas, realizado nesta terça-feira, dia 11, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). "A greve afetará todo o funcionamento do País", disse.

Também presente ao debate, Daniela Crema, representante da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), informou que a agência busca sensibilizar empresas e sindicatos quanto aos impactos da greve neste momento, frente ao grande número de passageiros em viagens no final do ano, e o prejuízo que acarretaria para a sociedade brasileira.

Ana Amélia disse acreditar no entendimento pela preservação dos diretos dos trabalhadores do setor e dos usuários dos serviços, destacando o interesse do governo em evitar a paralisação. "O governo paga um alto preço político se houver greve, pois significa que ele não intermediou adequadamente o entendimento entre trabalhadores e empresas aéreas ", observou.