Com a lei seca mais rigorosa, 28 foram presos por apresentarem algum sinal de embriaguez ao volante

Pelo menos 20 pessoas perderam a vida nas estradas catarinenses desde sexta-feira, quando iniciaram as operações das polícias Rodoviária Federal e Estadual. A BR 101 foi o palco de 12 mortes, em cinco acidentes fatais. Na BR 470, ocorreram dois acidentes fatais e na BR 282, em Bom Retiro, um acidente fatal. Também está mais rigorosa, desde sexta, o combate aos motoristas flagrados com sinais de embriaguez. Em todo o Estado, 28 pessoas foram presas por dirigir com sinais de terem ingerido álcool.

A Operação Fim de Ano, que termina no dia 02/01/2013, à meia-noite, registrou oito acidentes graves que mataram 13 pessoas nas rodovias federais de Santa Catarina só no primeiro fim de semana de operação. Os acidentes mais graves ocorreram em Tubarão (três mortos) e Piçarras (cinco mortos), ambos em pista dupla e os dois foram colisões frontais.

Em Tubarão, no sábado, 22, um motorista estava na contramão de direção, em plena BR 101 duplicada, às 22 horas. Ele bateu de frente e morreu e matou mais duas pessoas.

Em Piçarras, neste domingo, 23, às 16 horas, uma caminhonete capotou na BR 101, passou por cima da mureta e atingiu dois carros que vinham em sentido contrário, matando todos os ocupantes de um Logan de Curitiba.

Do total de mortes registradas, quatro aconteceram em rodovias estaduais. Por volta das 06h25min do dia 22, na SC-301, Km 102, em Joinville, duas pessoas morreram depois que os carros onde estavam se chocaram de frente. Valdecir Silverio da Silva, de 34 anos, era passageiro do veículo Corsa, com placas de Joinville, e morreu no local. Uma criança de nove anos, que estava no outro carro, um Cherry com placas de Chapecó foi a segunda vítima. Os dois motoristas sofreram lesões leves.

Dois joinvilenses que seguiam de moto para Balneário Camboriú morreram nesta segunda-feira após as motos onde eles viajavam um Honda CBR 1000 RR e uma Suziki GSXR750, ambas de Joinville, serem atingidas por uma carreta Scania com placas de Guarapuava (PR).

O acidente aconteceu em Penha, no quilômetro 107,3 da rodovia às 12h50. Conforme a PRF, o caminhão fazia o retorno em um lugar proibido quando acabou cortando a frente dos motoqueiros. Floriano Pfuetzenreuter Júnior, 35 anos, morreu na hora, já Fernando Luis Andrade Baiense Júnior, 33, foi socorrido com vida por bombeiros e a equipe da Autopista Litoral Sul, mas morreu logo após dar entrada em um hospital de Itajaí. Ele era filho do pró-reitor da Univille, Fernando Luis Andrade Baiense.

Populares que testemunharam o acidente depredaram a Scania. O caminhoneiro, Arlei Altenrath, 38 anos, que é de Camboriú, teve de ser retirado do local pela PRF. “Queriam linchá-lo. Ele passou por teste de alcoolemia que deu nulo”, informou um patrulheiro rodoviário.

Os corpos dos motociclistas foram enterrados nesta terça-feira no cemitério Municipal. Fernando era casado e deixa dois filhos, já Floriano era solteiro, e sem filhos.

Nova lei prende 28 por embriaguez

Desde sexta-feira, já com a nova lei seca em vigor, a Polícia Rodoviária Federal já realizou, pelo menos, 28 prisões de motoristas que dirigiam apresentando algum sinal de embriaguez. Com as mudanças os policiais não precisam mais da obrigatoriedade do bafômetro para autuarem motoristas visivelmente embriagados. De todas as prisões, cinco ocorreram no posto da PRF em Biguaçu, na Grande Florianópolis. Os casos foram encaminhados pera as delegacias de polícias locais, e os envolvidos, além de arcarem com a multa de R$ 1.915,30, responderão criminalmente na Justiça.

Pelo texto, o estado de embriaguez ou do motorista sob efeito de drogas ilícitas pode ser caracterizado pelas autoridades a partir de observações, como a constatação de sinais e imagens – vídeos e fotografias. Também são aceitos, desde sexta-feira, quando a nova lei entrou em vigor, depoimentos e provas testemunhais que comprovem que o motorista não está apto a dirigir.

Segundo o inspetor Luiz Graziano, da Polícia Rodoviária Federal de Santa Catarina, a nova lei garante mais eficiência no combate a combinação álcool e direção. “Atualmente nós já temos o auto de embriaguez, que vale para a infração administrativa. E vamos usar este mesmo método para caracterizar crime também, e mesmo se recusando a fazer bafômetro o motorista poderá ser preso em flagrante”, explicou.

O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) ainda precisa homologar os critérios que serão utilizados para avaliar o condutor. Possivelmente, segundo Graziano, o auto de embriaguez utilizado pela PRF-SC será homologado pelo Contran. A nova lei já está sendo aplicada em todo o território nacional.