Para as autoridades, os novos ataques estão ligados diretamente ao fortalecimento do combate ao tráfico de drogas.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) já contabiliza 24 pessoas presas e/ou apreendidas desde o início dos ataques criminosos no dia 30 de janeiro. Destas, seis são adolescentes entre 13 e 17 anos. Das 20 horas de domingo até 9h30 horas desta segunda, dia 4 – foram registrados sete ataques criminosos nas cidades de Camboriú, São José, Florianópolis, Itajaí, Navegantes, Palhoça e Joinville.
Em relatório de ocorrências atualizado no início da tarde de hoje, são 50 ataques em 16 cidades. Uma pessoa morreu em confronto com a polícia na cidade de Joinville.
Medidas para coibir ataques
O Governo do Estado anunciou uma série de medidas de enfrentamento para coibir os ataques criminosos que vem ocorrendo desde a última quarta-feira (30). No final da tarde de sexta-feira, 1º de fevereiro, em coletiva à imprensa, ficou definido que o policiamento será reforçado em áreas já identificadas como possíveis alvos. A sala de situação, que funciona no Comando Geral da Polícia Militar, foi ativada e os efetivos das polícias militar e civil foram mobilizados em todo o estado.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel PM Nazareno Marcineiro, confirmou que a corporação irá fazer a escolta dos ônibus para coibir novos ataques. O comandante também determinou uma série de medidas de reforço no policiamento e confirmou que unidades como Bope, Cavalaria, Batalhão de Choque e Canil estão de prontidão para agir rapidamente se houver outra ocorrência.
As autoridades creditam estes novos ataques ao recrudescimento do trabalho policial, principalmente no combate ao tráfico de drogas. Aliado a isso, outro fator é o endurecimento de ações dentro do sistema prisional, como o corte de regalias, as prisões efetuadas no curso das investigações da morte da agente penitenciária Deise Alves e o cumprimento da Lei de Execuções Penais.
Na coletiva, a cúpula de segurança do Estado lembrou que um conjunto de fatores levou ao fim dos ataques no ano passado. Entre eles, os confrontos policiais contra os criminosos, o número de detenções - 62 foram realizadas - e outras iniciativas que foram reduzindo o número de atentados até que eles cessaram.
O secretário de Estado da Segurança Pública, César Augusto Grubba, reafirmou que a nova série de ataques é resultado de uma ação forte e efetiva dos organismos de segurança contra o crime. Ele destacou a ação integrada das agências de inteligência do Estado com o apoio de órgãos federais como Polícia Federal, Agência Brasileira de Inteligência e Exército. Já o delegado-geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D'Ávila, confirmou que há indícios de que a ordem para os novos atentados partiu de lideranças de uma facção criminosa que atua dentro e fora do sistema prisional.
Já diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Leandro Lima, afirmou que a rotina do sistema não foi alterada. Ele não acredita que os ataques tenham sido praticados após a transferência de um preso do Complexo Penitenciário de São Pedro de Alcântara para Criciúma. “Realizamos uma média de 20 transferências por dia em todo o sistema. Quero crer que não tenha sido este o motivo para esta nova onda de atentados”, completou Leandro.
Ele também citou um relatório que mostra que o índice de evasão de Santa Catarina é o menor do país. “Apenas 4,3% dos cerca dos presos que cumprem pena em São Pedro de Alcântara não retornaram dos seus benefícios de regalia”, disse o diretor. Leandro também falou sobre os 172 convênios firmados entre a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania com a iniciativa privada que permitiu que cerca de 5 mil detentos cumpram suas penas trabalhando. A secretária de Justiça e Cidadania, Ada de Luca, também participou da coletiva, além do delegado-geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D’Ávila.
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