Gerir a alimentação escolar é lidar diariamente com um dos ativos mais preciosos da nossa sociedade: o futuro de crianças e adolescentes. Recentemente, a Risotolândia recebeu com satisfação o resultado de uma pesquisa realizada com 258 gestores de escolas estaduais catarinenses conferindo à nossa operação um índice de 98,25% de aprovação. Embora os números nos orgulhem — afinal, servimos 105 mil refeições todos os dias em 332 escolas —, eles servem principalmente para validar uma tese que defendemos há décadas: a nutrição é uma extensão insubstituível da sala de aula.

Em um cenário onde o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) aponta que uma em cada dez crianças brasileiras de até 5 anos possui excesso de peso, e a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) estende esse alerta para 30% dos adolescentes, o refeitório torna-se um espaço de resistência e reeducação. É ali que combatemos a má nutrição com cardápios que priorizam comida de verdade em detrimento dos ultraprocessados.

Estudos da USP e da UFMG comprovaram a correlação direta entre alimentação balanceada, capacidade cognitiva e redução de doenças como anemia. Mas o impacto vai além da fisiologia. O "aprender a comer" é também um ato pedagógico. Quando uma criança experimenta um novo vegetal ou entende o valor de uma refeição feita na hora, ela leva esse conhecimento para casa, influenciando positivamente a família.

Alcançar quase 100% de aprovação em um estado exigente como Santa Catarina não é obra do acaso; é resultado de uma logística precisa que une segurança sanitária rigorosa, capacitação constante das nossas cozinheiras e humanização do servir. A refeição escolar, para muitos, é a principal fonte de nutrientes do dia. Garantir que ela chegue ao prato com sabor, temperatura adequada e qualidade nutricional é nossa forma de garantir que o aluno tenha as condições biológicas necessárias para absorver o conteúdo.

Este índice de aprovação renova nosso compromisso com a Secretaria de Estado da Educação e, principalmente, com as famílias catarinenses. Seguiremos trabalhando para que a hora da refeição continue sendo um momento de nutrição, acolhimento e impulso para o desenvolvimento integral de nossos estudantes.

Por Larissa Schlupp, nutricionista e coordenadora da Risotolândia

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