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Pela primeira vez no Brasil os sedimentos de uma dragagem portuária estão sendo utilizados para o alargamento de uma praia. (Fotos: Divulgação)
Serão removidos 12,5 milhões de metros cúbicos de sedimentos do canal de acesso da Baía da Babitonga. Cerca de 6,5 milhões de toneladas serão utilizados para o alargamento da orla de Itapoá
A dragagem de aprofundamento do canal de acesso da Baía da Babitonga, no Norte catarinense, completou um mês nesta semana, alcançando o primeiro quilômetro do engordamento da Praia de Itapoá. O material utilizado na recuperação da faixa de areia é proveniente dos sedimentos retirados do fundo do mar pela draga Galileo Galilei.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 12, pelo presidente do Porto de São Francisco do Sul, Cleverton Vieira, durante o Congresso Internacional de Desempenho Portuário (Cidesport), realizado em Florianópolis.
“Pela primeira vez no Brasil os sedimentos de uma dragagem portuária estão sendo utilizados para o alargamento de uma praia. E, neste caso de Itapoá, são 7,5 quilômetros de extensão, o maior engordamento de uma orla da história do país”, ressaltou Cleverton, durante a participação no painel “Gestão portuária: o desafio de navegar em águas turbulentas”.
Vieira informou que serão removidos 12,5 milhões de metros cúbicos de sedimentos do canal de acesso e cerca de 6,5 milhões de toneladas serão utilizados para o alargamento da orla de Itapoá que, nos últimos anos, tem sofrido com a erosão marítima.
“Neste momento, 1 milhão de metros cúbicos já foram depositados na praia, cerca de 15% do total”, afirmou, acrescentando que a conclusão da obra de dragagem e aprofundamento do canal de acesso aos portos de São Francisco do Sul e Itapoá está prevista para o segundo semestre de 2026.
O Cidesport é um evento técnico-científico promovido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com a Universidade do Sul (Unisul) e a Universidade de Valência (Espanha), e que reúne especialistas e players do setor portuário nacional e internacional.
Saiba mais sobre a obra:
A dragagem possibilitará a atracação de embarcações de até 366 metros de comprimento, tornando-se o primeiro complexo portuário do Brasil com capacidade para receber navios desse porte, com carga máxima.
Atualmente, no Complexo Portuário da Baía da Babitonga, é possível a atracação de embarcações com até 336 metros, com capacidade para 10 mil TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés). Com a obra, essa capacidade aumentará para 16 mil TEUs.
Parceria com o setor privado
A obra de R$ 333 milhões foi viabilizada por meio de uma parceria inédita entre os portos de São Francisco do Sul e Itapoá. Pela primeira vez no Brasil, um porto público firma contrato com um porto privado para a realização de uma obra desta natureza, que será executada por meio de uma parceria entre o porto público de São Francisco, que aportará R$ 33 milhões, e o terminal privado Itapoá, que investirá R$ 300 milhões.
Esse investimento privado será devolvido de modo parcelado até 2037. O ressarcimento para Itapoá será em cima do adicional de tarifas portuárias geradas pelo acréscimo no número de navios que atracarem no porto e pelo aumento no volume de carga movimentada, a partir da conclusão da obra de aprofundamento.
Fiscalização
As empresas Geplan e Prosul foram selecionadas, por meio de licitação pública, para fiscalizar a obra, no valor de R$ 9 milhões. Além de acompanhar todas as etapas da obra, terão a responsabilidade de realizar uma análise detalhada de cada fase, incluindo a compatibilidade dos sedimentos depositados na praia, bem como a fiscalização da modelagem topográfica da área a ser alargada.
As empresas ainda irão monitorar a parte aquática da obra, assegurando que as cotas de aprofundamento e alargamento do canal de acesso sejam realizadas de acordo com as especificações técnicas previstas.
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A informação foi divulgada pelo presidente do Porto de São Francisco do Sul, Cleverton Vieira, durante o Congresso Internacional de Desempenho Portuário (Divulgação)
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