Casos confirmados em São Paulo e outros estados mostram o risco à saúde pública e a necessidade de reforço na fiscalização

O Brasil enfrenta uma onda de intoxicações e mortes provocadas pelo consumo de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, substância altamente tóxica e que não pode ser ingerida. Só em São Paulo, o Ministério da Saúde confirmou cinco mortes relacionadas a esse tipo de contaminação. Ao todo, já são 11 casos registrados no país, segundo dados oficiais.

Por que o metanol é tão perigoso

O metanol é um álcool usado em solventes, combustíveis e produtos industriais. Diferente do etanol (o álcool presente nas bebidas), ele é extremamente nocivo ao organismo. Pequenas quantidades podem causar cegueira, falência de órgãos e até morte.
O grande risco é que o metanol não altera significativamente o gosto ou o cheiro da bebida, tornando impossível identificar a adulteração apenas pela aparência.

Sintomas e quando procurar ajuda

Especialistas explicam que os sintomas iniciais de intoxicação podem ser confundidos com ressaca: náuseas, tontura e dor de cabeça. Porém, após algumas horas, surgem sinais graves, como:

visão embaçada ou perda da visão

falta de coordenação motora

dificuldade para respirar

convulsões

Diante de qualquer suspeita, a recomendação é procurar atendimento médico imediato, informando que pode ter ocorrido ingestão de bebida adulterada.

Fiscalização e medidas do governo

Após as mortes, autoridades de saúde e órgãos de defesa do consumidor intensificaram as operações. Em apenas dois dias, mais de 800 garrafas suspeitas foram apreendidas em São Paulo.
O Ministério da Saúde determinou que todos os casos suspeitos de intoxicação por metanol sejam notificados imediatamente pelas unidades de saúde. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) também emitiu alertas sobre os cuidados na compra de bebidas.

Como se proteger

Para reduzir os riscos, especialistas recomendam:

Comprar bebidas somente em estabelecimentos formais.

Conferir sempre o selo fiscal, lacre e rótulo.

Exigir nota fiscal.

Evitar consumo de bebidas de procedência duvidosa, especialmente em festas e eventos.

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Debate sobre responsabilidades

O aumento dos casos também abriu espaço para questionamentos. Para onde está indo a fiscalização? Será que os mecanismos de controle hoje existentes dão conta da realidade? Autoridades federais afirmam que não há ligação entre os recentes casos e a desativação de sistemas de monitoramento, mas, na prática, quem atua no setor aponta que a fragilidade do rastreamento facilita a ação de falsificadores.
Especialistas lembram que o problema não é novo: operações contra bebidas adulteradas já ocorreram em anos anteriores, mas o volume recente mostra que as brechas continuam abertas. A cobrança agora é por ações mais ágeis e eficientes, capazes de dar segurança ao consumidor e dificultar o trabalho de quadrilhas que atuam nesse mercado ilegal.

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