O presidente do Sicoob Central SC/RS, Rui Schneider da Silva, participou terça-feira (24) do ESG Summit, evento dedicado a discutir as práticas de sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e governança corporativa, realizado em Florianópolis. Rui foi um dos palestrantes do painel “Agenda nacional do desenvolvimento das organizações para um futuro mais sustentável”, ao lado de Juliana Schurmann, fundadora do Instituto Impact Coalition. O evento reuniu lideranças empresariais, acadêmicos e representantes do setor público.

Durante sua apresentação, Rui destacou o papel do cooperativismo como agente transformador, especialmente no setor financeiro. “O Sicoob tem R$ 334 bilhões em ativos e 4.700 pontos de atendimento no país. Em 2024 concedeu R$ 96,7 bilhões em crédito para micro, pequenas e médias empresas e R$ 53,4 bilhões em crédito rural na safra 2024/2025. No total, a carteira de crédito ultrapassou R$ 230,7 bilhões, crescimento de 20,4% em relação ao ano anterior. Estes recursos impactam diretamente o meio ambiente, a produção e o consumo. Por isso, precisamos ter muito cuidado. Quando pensamos em ESG, pensamos em como gerir e emprestar os recursos que são depositados nas cooperativas. Essa é a nossa função principal”, afirmou.

O presidente ressaltou que os princípios ESG (ambiental, social e de governança) estão incorporados às estratégias e rotinas do Sicoob. Segundo ele, a instituição investe de forma contínua em educação financeira, qualificação de lideranças e transparência e publica anualmente o Relatório de Sustentabilidade. “Não seguimos essa agenda porque virou tendência, mas porque acreditamos que é a forma correta de agir”, completou.

A arquiteta, empreendedora e ativista climática Juliana Schurmann, fundadora do Instituto Impact Coalition, compartilhou sua experiência no ativismo ambiental e defendeu que a agenda ESG precisa ser trazida para a vida cotidiana. “Como começamos essa comunicação que vai englobando toda a sociedade? Hoje o desafio vai além da sustentabilidade, a urgência nos obriga a regenerar, e precisamos pensar e atuar juntos. É um convite de mãos dadas, não é um na frente do outro, é um coletivo”, defendeu.

Juliana fundou o instituto após participar de fóruns internacionais sobre o clima, onde percebeu a urgência de construir pontes entre ciência, empresas, comunidades e governos. Um dos principais projetos da organização é o Thousand Forests, que visa implementar restaurações ambientais em diferentes regiões do Brasil, incluindo áreas urbanas e terras indígenas. O projeto-piloto ocorre no Pico do Jaraguá, em São Paulo, território indígena localizado a 30 minutos do centro da capital paulista.

Além de Rui e Juliana, a abertura do ESG Summit contou com a presença da cônsul da Noruega no Brasil, Mai Tonheim, e do professor Baltazar Andrade, que abordaram a importância da cooperação internacional para impulsionar modelos econômicos mais sustentáveis.
Cooperativismo como instrumento de inclusão e impacto social

Atualmente, o Sicoob está presente em mais de 2.400 municípios de todos os estados brasileiros. Em Santa Catarina, a instituição já atua em 98% das cidades. “Queremos, até o final do ano, atingir 100% dos municípios catarinenses, aumentando o número de associados e o impacto nas comunidades, contribuindo para o desenvolvimento e a qualidade de vida da população”, disse Rui.

O dirigente também relembrou ações realizadas durante a pandemia e nas enchentes que recentemente afetaram o Rio Grande do Sul. “Fomos até as pessoas, entendemos suas necessidades e buscamos soluções. Fizemos isso com base nos princípios que regem o cooperativismo: comprometimento, cooperação, ética, respeito, responsabilidade, solidariedade e transparência”, afirmou.

Fórum multissetorial busca acelerar práticas sustentáveis
Com foco em ações ambientais, inclusão social e governança responsável, o ESG Summit é uma plataforma de diálogo entre diferentes setores da sociedade. O evento tem formato itinerante e multissetorial, reunindo especialistas, empreendedores socioambientais, pesquisadores, autoridades e lideranças empresariais. A proposta é debater desafios e construir soluções concretas para tornar a economia mais justa e sustentável.

Além dos painéis temáticos, o encontro oferece espaços para networking, troca de experiências e formação de parcerias em torno de novos modelos de negócios sustentáveis.