MASC é tema de ciclo de conferências realizado por laboratório da UFSC no CIC
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Obra: Cosechadora de algodón / Artista: Elizabeth Catlett (1919 - 2012) / Data: s/data / Técnica e suporte: gravura em linóleo sobre papel / Dimensões: 44,8x42,3cm (Fotos: Acervo MASC)
O Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) é um dos temas abordados pelo Ciclo de Conferencias "Do Museu do Outro ao Museu de Si", realizado pelo Laboratorio de Estudos de Historia da Africa (LEHAf), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Os eventos ocorrerão a partir do dia 29 de agosto, uma vez por mês, até novembro, no Cinema do Centro Integrado de Cultura (CIC) e no MASC.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo formulário disponível no link https://forms.gle/RymBbfbeQZ9672ms7. Haverá entrega de certificado de participação.
A pesquisa "Do Museu do Outro ao Museu de Si" fez parte das atividades de formacao academica em nivel de pos-doutorado do historiador Silvio Marcus de Souza Correa, junto ao Programa de Pos-Graduacao em Historia da Universidade Federal de Sao Paulo (USP). Uma primeira fase da pesquisa foi desenvolvida em 2023 e coletou dados de uma dezena de museus no Brasil, que contêm aproximadamente 5 mil objetos de arte africana. A pesquisa foi tambem realizada em museus de Portugal, Franca, Belgica e Senegal durante um estagio no exterior. A segunda fase se realiza no decurso de 2024 e uma ultima esta prevista para 2025, junto ao Instituto Nacional de Historia da Arte (INHA) de Paris.
Cronograma do Ciclo de Conferências:
Data: 29/08 (quinta-feira), às 19h
Local: Cinema do CIC
Tema: Do museu do outro ao museu de si
As colecões africanas em museus do Brasil
Palestrante: Prof. Dr. Silvio Marcus de Souza Correa (UFSC)
Mediadora: Profa. Dra. Karine Lima da Costa (UFSC)
Sobre: Objetos de arte africana foram, geralmente, considerados "objetos etnograficos"; e muitas colecoes africanas se encontram em museus da era dos imperios coloniais. Outrora vistos no "museu do outro", esses objetos passam a ser reivindicados por paises africanos para integrar colecoes do "museu de si". No Brasil, uma dezena de museus conta com objetos de arte africana tradicional. Restituicao ou permanencia no patrimonio cultural da diaspora africana pode ser um dilema para a nova museologia.
Data: 25/09 (quarta-feira), às 19h
Local: Museu de Arte de Santa Catarina (MASC)
Tema: Matrioshka ou da historia de encaixes do MASC
Palestrante: Prof. Dr. Silvio Marcus de Souza Correa (UFSC)
Mediadora: Dra. Maria Helena Barbosa (MASC)
Sobre: As bonecas russas conhecidas pelo nome de Matrioshka formam, tradicionalmente, um conjunto de algumas pecas que se encaixam uma nas outras, da pequena a maior delas. Segundo Prof. Sílvio, a historia do Museu de Arte de Santa Catarina
(MASC) tem sido reproduzida em encaixes de poucas partes – como uma Matrioshka. Desde o primeiro espaco onde ocorreu a Exposicao de Arte Contemporanea em Florianopolis em 1948 ate a atual sede do MASC, ele discorrerá sobre seus pensamentos decorrentes de sua pesquisa.
Data: 24/10 (quinta-feira), às 19h
Local: Cinema do CIC
Tema: O modelo negro no acervo do MASC
Palestrante: Prof. Dr. Silvio Marcus de Souza Correa (UFSC)
Mediadora: Dra. Maria Helena Barbosa (MASC)
Sobre: O modelo negro no acervo do Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) tem sua melhor expressao em cinco retratos. Em apenas um deles, o modelo e conhecido. Somente um deles e datado. Seus autores sao Eduardo Dias, Alberto da Veiga Guignard, Alice Soares e Elizabeth Catlett. Esses retratos remetem a diferentes periodos da historia da arte moderna e contemporanea. A partir desses cinco exemplos, busca-se analisar e problematizar a questão do modelo negro no acervo do MASC.
28/11 (quinta-feira), às 19h
Local: Cinema do CIC
Tema: O modelo negro no atelier de Martinho de Haro
Palestrante: Prof. Dr. Silvio Marcus de Souza Correa (UFSC)
Mediadora: Dra. Maria Helena Barbosa (MASC)
Sobre: A partir de uma nova perspectiva em historia da arte (VERGES, 2023; LAFONT, 2022), busca-se problematizar o anonimato do modelo negro no atelier do artista Martinho de Haro. A partir de cronotopos (BAKHTIN, 2014) que remetem nao so as origens socioeconomicas da ilha de Santa Catarina, notadamente a escravidao insular, mas tambem ao periodo pos-emancipacao e a redemocratizacao do pais, desloca-se o foco da analise do artista para o seu modelo, da historia local e insular para o mito da “democracia racial” brasileira. Resulta dessa analise uma nova interpretacao para dezenas de obras de Martinho de Haro e para uma historia da arte a partir do estudo sobre os modelos negros.
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