O evento é promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) e pela Epagri, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC)

Encerrando o Painel Eficiência no Campo, a doutora Marina Danés, professora da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e especialista em nutrição de ruminantes, apresentou a palestra “Maximizando o aproveitamento da proteína: da dieta à produção”, na tarde do segundo dia do 14º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL). O evento é promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) e pela Epagri, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC).
Durante a apresentação, Marina destacou que a proteína é o nutriente que exerce maior influência tanto no desempenho produtivo quanto no custo da alimentação. “A escassez de proteína afeta diretamente o rúmen. Quando falta, o microrganismo não consegue digerir a fibra, o que prejudica o aporte de todos os nutrientes. O impacto não é apenas na proteína, mas em todo o metabolismo e, consequentemente, na produção de leite”, explicou.
Além do papel produtivo, a palestrante destacou a função dos aminoácidos na saúde e regulação metabólica dos animais, interferindo também nos sólidos do leite. “Os aminoácidos têm papéis regulatórios importantes, que afetam processos metabólicos e a própria composição do leite. Por outro lado, o excesso de proteína na dieta representa um problema ambiental, já que o nitrogênio excretado pela urina tem alto potencial poluente”, alertou.
Segundo Marina, o maior desafio atual não está na falta de proteína, mas no uso eficiente desse nutriente. “De modo geral, a maior parte dos rebanhos apresenta excesso de proteína na dieta. O farelo de soja resolve, e ele está em praticamente 100% das dietas. O problema é que, como a falta é cara, cria-se uma margem de segurança muito alta, o que reduz a eficiência do uso”, pontuou.
Ela enfatizou que o produtor precisa deixar de olhar apenas para a proteína bruta, passando a observar os tipos de proteína e como outros nutrientes interagem com ela. “A proteína bruta, sozinha, não representa o real potencial da dieta. O ideal é avaliar as frações proteicas e os nutrientes que afetam seu aproveitamento. Isso permite aumentar a eficiência e a produção, já que o uso correto dos aminoácidos melhora o desempenho do rebanho”, reforçou.
Em sua apresentação, Marina trouxe exemplos práticos de experimentos realizados em fazendas comerciais, destacando manipulações nutricionais e resultados obtidos. “Trabalhamos há bastante tempo com essa área e mostramos casos reais, além de abordar um ponto que considero um dos maiores desafios para os nutricionistas: a caracterização dos ingredientes proteicos”, afirmou.
Marina explicou que nem sempre os ingredientes utilizados nas formulações são bem caracterizados, o que compromete a precisão da dieta. “Apresentamos resultados de pesquisas do nosso laboratório com a caracterização da degradação ruminal e da digestibilidade intestinal dos ingredientes proteicos. Entender esses parâmetros é essencial para garantir que a proteína seja utilizada da forma mais eficiente possível”, salientou.
PROGRAMAÇÃO GERAL
• 14º SIMPÓSIO BRASIL SUL DE BOVINOCULTURA DE LEITE
• 9º BRASIL SUL MILK FAIR
• 2º SIMPÓSIO CATARINENSE DE PECUÁRIA DE LEITE À BASE DE PASTO

DIA 16/10 – QUINTA-FEIRA

PAINEL ADITIVOS
8h00 – Além do efeito ruminal: o papel dos tamponantes e alcalinizantes
Palestrante: Dr. Marcos Neves

9h00 – Ionóforos e sua contribuição na dieta de vacas em lactação
Palestrante: Euler Rabelo

10h10 – Milk Break

10h40 – Uso de eubióticos na pecuária leiteira: performance e saúde animal
Palestrante: Jill Davidson

11h40 – Mesa-redonda

12h10 – Encerramento