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SBSBL reúne público especializado para assistir às palestras da programação científica - (Fotos: (Foto: Sara Bellaver/MB Comunicação))
Os médicos veterinários Viviani Gomes e Álvaro Menin apresentam estratégias para o período neonatal e reprodutivo, nesta quarta-feira (15)
Focar na prevenção de doenças para garantir um rebanho saudável é a base para melhorar o desempenho na bovinocultura. Os médicos veterinários Viviani Gomes e Álvaro Menin apresentam estratégias para o período neonatal e reprodutivo, nesta quarta-feira (15), segundo dia do 14º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL), promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) e pela Epagri.
Viviani pontuou os desafios para uma gestão eficiente da diarreia neonatal, uma doença comum, que acomete os bezerros, geralmente, nos primeiros dias de vida e pode ser fatal, já que é uma fase em que o sistema imunológico do animal ainda está em formação e eles ficam mais suscetíveis a contrair doenças. Por isso, fazer o diagnóstico e o tratamento de forma precoce é o melhor caminho para manter a saúde dos animais nessa fase crucial e que impactará na produtividade das vacas leiteiras no futuro.
Dados sobre os surtos da doença e a mortalidade dos bezerros, apresentados pela doutora, reforçam a importância de controlar a diarreia neonatal. “Na maioria das vezes somos acionados para ir até a propriedade em casos de surto, quando já há morte de bezerras, no entanto, em vez de controlar esses surtos o ideal é agir preventivamente para evitar que eles aconteçam.”
De acordo com Viviani, mesmo quando a doença for controlada, pode causar prejuízos no desenvolvimento do animal. “Eles podem se desenvolver mais lentamente, ter um ganho de peso reduzido e isso vai atrasar o desempenho lá na frente. Esse animal pode demorar para entrar na puberdade e ser inserido nos manejos reprodutivos da propriedade e, a longo prazo, também pode haver redução na produção de leite.”
A prevenção dos casos de diarreia neonatal exige um conjunto de ações. Uma delas é o registro correto dos casos nas propriedades. Viviani ressaltou que muitos casos são notificados somente quando há tratamento com antimicrobianos, o problema é que isso gera uma subnotificação e ter o número correto, com bons sistemas de monitoramento, é crucial para uma boa gestão.
Em relação aos cuidados com o animal, neste foco preventivo, o bom manejo do colostro é imprescindível para que os bezerros tenham uma melhor resposta imunológica nas primeiras semanas de vida. Para evitar a doença, também é preciso garantir que os cuidados básicos sejam bem feitos, como a implantação de medidas de biosseguridade, higiene, desinfecção, evitar superlotação e ter um bom plano nutricional.
O mercado também traz uma série de soluções, com vacinação nas vacas para proteger os bezerros de diarreias e uso de anti-inflamatórios e antimicrobianos para o tratamento da doença.
DOENÇAS REPRODUTIVAS
Menin abordou doenças reprodutivas, perdas associadas a essas doenças, custo sanitário, formas de controle e a perspectiva da prevenção para reduzir a prevalência nos rebanhos.
As principais doenças reprodutivas que acometem a bovinocultura leiteira no Sul do país são a neosporose e a leptospirose. Na sequência estão a BVD, que é a diarreia viral bovina, e a Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR). Para combatê-las, é preciso seguir um programa vacinal rígido e, quando não há vacinas, adotar um conjunto de ações de manejo para controle. “Quando há vacinas, o controle se torna um pouco mais visível e simplificado, mas quando pensamos em neosporose, por exemplo, que não tem vacina, nem tratamento, as estratégias precisam sair do que estamos acostumados.”
A primeira medida de controle no caso da neosporose é avaliar as vacas e novilhas e fazer uma triagem de contato ou de prevalência na propriedade. “Se houver incidência da doença, deve-se trabalhar ações de controle com descarte das vacas positivas. A partir daí, fazer o monitoramento ativo, pensando sempre no ciclo endógeno e, em seguida, estabelecer critérios de seleção para novilhas e mitigar fatores de risco relacionados à transmissão da doença”, explicou.
Para o doutor, a qualidade das decisões com o rebanho vai definir o sucesso das ações. Nesse sentido, para atingir os objetivos na prevenção de doenças reprodutivas, é necessário partir do diagnóstico da situação; definir estratégias com um plano de ação que faça sentido e seja viável; estabelecer medidas com foco na redução da transmissão de agentes; trabalhar biosseguridade na tentativa de minimizar a transmissão; coletar e mensurar dados.
“Além de olhar a vaca de hoje, precisamos ter foco na vaca do amanhã, que é nossa bezerra. Precisamos achar menos e medir mais, obter dados que possamos efetivamente analisar, conseguir evidências robustas que irão gerar estratégias eficientes. Dentro desse contexto, aumentaremos a assertividade das nossas ações, que serão fundamentais para conseguirmos atingir o êxito que a bovinocultura brasileira merece”, finalizou.
PROGRAMAÇÃO GERAL
· 14º SIMPÓSIO BRASIL SUL DE BOVINOCULTURA DE LEITE
· 9º BRASIL SUL MILK FAIR
· 2º SIMPÓSIO CATARINENSE DE PECUÁRIA DE LEITE À BASE DE PASTO
DIA 15/10 – QUARTA-FEIRA
PAINEL EFICIÊNCIA NO CAMPO
14h00 – Como ser eficiente na atividade leiteira?
Palestrante: Dr. Wagner Beskow
15h00 – Mercado de Lácteos
Palestrante: Dr. Glauco Carvalho
16h10 – Milk Break
16h40 – Maximizando o aproveitamento da proteína: da dieta à produção
Palestrante: Dra. Marina Danés
18h00 – Happy Hour na Milk Fair
DIA 16/10 – QUINTA-FEIRA
PAINEL ADITIVOS
8h00 – Além do efeito ruminal: o papel dos tamponantes e alcalinizantes
Palestrante: Dr. Marcos Neves
9h00 – Ionóforos e sua contribuição na dieta de vacas em lactação
Palestrante: Euler Rabelo
10h10 – Milk Break
10h40 – Uso de eubióticos na pecuária leiteira: performance e saúde animal
Palestrante: Jill Davidson
11h40 – Mesa-redonda
12h10 – Encerramento e sorteio de brindes
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