A decisão foi deliberada em assembléia geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sinte), realizada ontem.
Os professores da rede pública estadual de Santa Catarina entram em greve a partir desta quinta-feira
Ainda na quarta-feira, horas antes da assembléia geral, a direção do Sinte tentou novamente o diálogo com o governo, mas os professores foram recebidos por diretores da Secretaria de Educação que não oficializaram qualquer proposta à categoria. ?Chegamos ao limite. Tentamos o diálogo com o governador várias vezes, mas ele nunca nos recebeu. Ao contrário, nas poucas vezes que o governo conversou com a categoria, como nesta quarta-feira, designou membros da secretaria da Educação para dizer apenas que não têm condições de atender nossa pauta, nem mesmo cumprir com o acordo feito na última greve?, disse o presidente do Sinte, Danilo Ledra.
Segundo Ledra, o principal aspecto do acordo não cumprido pelo governo refere-se à incorporação do abono de R$ 100 ao piso salarial dos professores, considerado por ele fundamental para a valorização da carreira. Na assembléia geral, os professores voltaram a condenar o Prêmio-Educação proposto pelo governo do estado. O prêmio prevê o pagamento de R$ 200
Além disso, os professores pedem a extensão do benefício para todo o quadro do magistério; reajuste salarial de 6,7% sobre o piso; equiparação do piso com os demais servidores do estado; eleições diretas para diretor; inclusão de merendeiras, serventes e vigias no quadro do magistério; e condenam a municipalização do ensino básico, as fundações do IEE e Cedups e a privatização do Regime Próprio de Previdência dos Servidores de Santa Catarina (Iprev).
De acordo com o dirigente do Sinte, nesta quinta-feira os professores que participaram da assembléia geral retornam às escolas para explicar os motivos da greve aos demais professores e aos alunos. Já na sexta-feira, haverá paralisação por tempo indefinido. Santa Catarina conta com 750 mil alunos, matriculados em 1.324 escolas da rede pública.
?O único responsável é este governo insensível e autoritário?, diz Uczai
O professor e deputado estadual Pedro Uczai (PT) disse hoje que apóia e se solidariza com a greve do magistério estadual, porque ela é uma decisão legítima e soberana dos professores. Uczai participou da assembléia geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sinte) e de atividades paralelas promovidas por outras categorias de trabalhadores, como a dos servidores públicos que se reuniram para pedir a retirada do projeto que cria o Iprev e as manifestações do movimento das mulheres camponesas e urbanas que reivindicavam a implementação de políticas públicas. Ao lamentar a falta de diálogo do governo do Estado com os professores e demais trabalhadores, o parlamentar disse que ?o único responsável pela greve do magistério estadual é este governo insensível, autoritário e irresponsável com o futuro da educação?.
Na avaliação do deputado, faltou sensibilidade e respeito por parte do governo, que não teria aberto canais de negociação suficientes para atender pelo menos parte da pauta de reivindicação apresentada ainda no ano passado pelo magistério. Uczai afirmou que vai continuar à disposição dos professores na Assembléia Legislativa e em outros espaços, para pressionar o governo a atender pelo menos parte desta pauta o mais breve possível, a fim de que as escolas voltem à normalidade.
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